
As chuvas de março abastecer
barragens, açudes e lagoas, conforme mostra o sistema de informações da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).
Entretanto, a coordenadora de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh, Joana
D'arc Freire de Medeiros, conta que a situação não foi revertida. "Choveu
pouco e ainda não deu para reverter. Houve certa melhora, mas muita
pouca", diz.
Localizada em Assu, na região
Oeste, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior do estado, chegou ao menor
nível de sua história em fereveiro deste ano, quando ficou com apenas 33% de
sua capacidade, o que corresponde a 835.400.000 metros cúbicos. O reservatório
é responsável pelo abastecimento de 34 cidades da região e tem capacidade de
2,4 bilhões de metros cúbicos. Atualmente a barragem está com 34,62% da capacidade.
De acordo com Joana D'arc, a
estiagem chegou ao ponto mais crítico em fevereiro deste ano. "Desde 2012
vem piorando progressivamente. A chuva deste mês não chegou a todos os
reservatórios. Alguns estão até piores do que fevereiro. É de comemorar a chuva
de março. Notamos que algumas comunidades rurais, sempre as primeiras a sentir
os prejuízos ou benefícios, melhoraram de situação, mas não dá para dizer que
está resolvido o problema", acrescenta a coordenadora da Semarh.
Quando comparados apenas o mês
de março desde 2012, quando a estiagem se consolidou no estado, os números de
2014 são melhores em relação aos dois anos anteriores. "Estamos com
previsão de chuvas para os próximos dias. Teremos uma situação bem mais
confortável em termos de valores", avalia o meterologista da Emparn,
Gilmar Bistrot. Em março de 2012, 99 municípios estavam em situação 'muito
seca', dado que aumentou para 131 no ano seguinte e caiu para 57 neste ano
No relatório de 2014 constam
52 municípios em situação 'normal', oito em 'chuvoso' e um em 'muito chuvoso'.
Nos dois anos anteriores nenhuma cidade aparecia no quadro de 'chuvoso' ou
'muito chuvoso'. Em 2012 cinco apareciam em situação 'normal', número que caiu
para um em 2013. Gilmar Bistrot ressalta que os dados ainda precisam de mais
consistência para confirmar a situação dos municípios e afirma que é preciso
esperar os próximos meses para ter uma resposta mais concreta.
Em dois anos, a governadora
Rosalba Ciarlini assinou seis decretos de emergência por causa da seca no Rio
Grande do Norte. O último deles foi publicado na última terça no Diário Oficial
do Estado (DOE), onde 159 municípios constam na lista, que já chegou a ter 160
cidades potiguares em setembro do ano passado.
A recomendação é manter o
estado de emergência. Só poderemos saber se o governo poderá retirar o decreto
em maio ou junho, quando a agricultura de subsistência dá os primeiros
resultados."
"A recomendação é manter
o estado de emergência. Só poderemos saber se o governo poderá retirar o
decreto em maio ou junho, quando a agricultura de subsistência dá os primeiros
resultados. É preciso ter garantia de safra e entrar em situação de
estabilidade climática. É preciso esperar o término de março e abril, que são
os meses em que mais se chove", analisa o meterologista Gilmar Bistrot.
O primeiro decreto assinado pela governadora foi em abril de 2012, quando 139 cidades foram colocadas em situação de emergência. Esse número subiu 139 em julho, se manteve inalterado em outubro, aumentou para 144 em março de 2013, e chegou ao pico de 160 em setembro do ano passado. Atualmente 159 municípios estão na lista com o último decreto.
O assessor técnico da
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), tenente da Polícia Militar
Lavínio Flávio de Souza explica que a documentação sobre o estado de emergência
das cidades está sendo enviado para a Secretaria Nacional de Defesa Civil. O
objetivo, segundo o tenente Lavínio, é que o Exército Brasileiro assume por
completo a operação 'Carro-Pipa'. Em dezembro a Defesa Civil atendia 28
cidades, porém cinco foram passadas para responsabilidade do Exército.
No último relatório divulgado
pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), 12 municípios
estão em colapso no abastecimento d'água por causa da ausência de chuvas e
consequente baixa do índice de água nos reservatórios. Outras seis cidades
passam por rodízio no abastecimento e 15 estão em risco de colapso, que ocorre
quando a empresa admite que não tem mais condições de fornecer água para o
município.
Ainda de acordo com a Caern,
as cidades que estão em colapso ficam nas regiões Oeste e Seridó do estado.
Atualmente, estão sem abastecimento de água os municípios de João Dias, Pilões,
São Francisco do Oeste, Luís Gomes, Antônio Martins, Venha Ver, Francisco
Dantas, Paraná, Equador, Ipueira, Carnaúbas dos Dantas e São José do Seridó. Os
municípios potiguares em situação de rodízio de abastecimento são Jardim do
Seridó, Paraú, Triunfo Potiguar, Campo Grande, Janduís e Messias Targino.
G1 RN
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