As previsões meteorológicas
para o inverno no Rio Grande do Norte não são elaboradas apenas pela Emparn.
Estiveram presentes no encontro de ontem dez dos chamados “profetas da chuva”:
moradores do campo que, por meio de conhecimento sobre o ciclo de animais e
plantas, conseguem estimar como será o inverno na região.
Agricultor no Sítio Parelhas,
em Acari, Raimundo Alves, de 57 anos, prevê a chuva há 40 anos. “Naquela época era fácil profetizar, não
tinha tanta mudança climática. Comecei a profetizar usando um pé de manga”,
conta. “São 28 anos de acertos e 12 de erros, até porque errar é humano”,
brinca o agricultor. Nos últimos quatro anos, porém, Alves acertou todos os
prognósticos: inverno acima do normal em 2010 e 2011, com declínio nos últimos
três anos.
Entretanto, Raimundo se diz
otimista para 2015. De acordo com ele, mudança no ciclo das formigas e dos
ratos trazem bons indicativos. “A formiga foge do ambiente onde ela acha que
vai chover, transfere a família para uma nova casa. Já quando rato faz ninho em
pé de cardeiro entre novembro e dezembro, pode plantar no seco”, prevê. “Estou
muito otimista para 2015. Espero chuva acima do normal, com 600 milímetros.”
Gilmar Bristot, meteorologista
chefe da Emparn, afirma que há uma convergência entre o que a ciência e o saber
popular prevêem. “De um modo geral, sim. Aqui estamos unindo a parte cultural e
científica para despertar o interesse da sociedade”, acrescenta.
De acordo com a Emparn, as
chuvas registradas desde a última segunda-feira na região do Seridó devem
continuar até o final de semana por atuação da zona de convergência. Na
madrugada de quinta-feira, foram registradas precipitações na zona urbana de
Caicó, na zona rural, em Timbaúba dos Batistas, Currais Novos, Cruzeta e Serra
Negra do Norte.
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