De acordo com os dados, 93% dos casos de
assassinato são de meninos e rapazes. Oito de cada dez deles não terminaram o
ensino fundamental (e 20% eram analfabetos funcionais). Para cada homicídio de
um jovem branco houve três homicídios de jovens negros.
Os resultados colocam o Brasil na terceira
posição entre os países que mais matam jovens, atrás apenas do México e de El
Salvador.
Os dados estão disponíveis na internet no site
mapadaviolencia.org.br e foram apresentados pela primeira vez na noite desta
segunda-feira (29) na CPI do Assassinato de Jovens no Senado Federal pelo
sociólogo Júlio Jacobo, autor do estudo.
O pesquisador, Júlio Jacobo, elabora o Mapa da
Violência a partir de dados do IBGE, do SUS e da Organização Mundial da Saúde.
Segundo ele, para tentar solucionar o problema o Brasil trata apenas das
consequências mas não das razões sociais. "O primeiro passo da cura: a
consciência da enfermidade. Se a gente não é consciente sobre quais são os
nossos problemas, nunca vamos solucioná-los."
Júlio Jacobo apresentou o Mapa da Violência em
audiência conjunta com o cientista político e antropólogo Luiz Eduardo Soares,
ex-Secretário Nacional de Segurança Pública.
A audiência foi acompanhada apenas pela
presidente da CPI, Lídice da Mata (PSB-BA). Para Luiz Eduardo Soares, a
audiência vazia foi sintomática. "Essa desatenção dos personagens sociais
se extende aos argumentos que chamam atenção para esse fenômeno. Então hoje foi
um pouco essa cena reproduzida, um auditório com pessoas excelentes, e é como
se o debate não tivesse relevância, ele ficou também um pouco
negligenciado."
A divulgação dos resultados do Mapa da
Violência ocorreu na véspera da provável votação na Câmara dos Deputados da
emenda constitucional 171 que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos nos
casos de crimes hediondos, homicídio e roubo qualificado.
Já no Senado está pronto para votação em
Plenário, com regime de urgência, o projeto de lei que estende de três para
oito anos o período máximo de internação em regime especial de atendimento
socioeducativo, para jovens que praticarem crimes hediondos.
Agência Brasil
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