Vênus e Júpiter se encontrarão no céu na noite
desta terça-feira (30) a menos de meio grau de distância um do outro — tão
perto que parecerão uma estrela dupla. A conjunção pode ser observada por volta
das 19h, na direção oeste, a mesma em que o Sol se põe e promete um espetáculo
tão encantador quanto democrático — instrumentos ópticos agregam valor ao
camarote, claro, mas são desnecessários.
Curiosamente, o fenômeno pode ter sido o mesmo
que inspirou a lenda da Estrela de Belém, que, segundo os relatos bíblicos,
teria informado os reis magos do nascimento de Jesus. Rebobinando a fita da
posição dos astros para aquela época, os astrônomos sabem que um trio de
conjunções semelhantes entre Vênus e Júpiter — os dois planetas mais brilhantes
a olho nu — aconteceu entre os anos 2 e 3 a.C.
Importante que se diga que essa não é a única
possível explicação científica para a lenda. Alguns pesquisadores falam que
pode ter sido uma supernova que detonou naquela época (alguns registros antigos
chineses parecem apoiar essa possibilidade), e outros evocam outras conjunções,
como uma entre Júpiter e Saturno em 7 a.C. Também é possível que tenha sido um
cometa — quiçá até o Halley, que passou por essas redondezas em 12 a.C. Vai
saber.
De todo modo, a proximidade dos dois planetas,
evidentemente, é aparente. Vênus está a 90 milhões de km da Terra, e Júpiter,
quase dez vezes mais distante, a 890 milhões de km daqui. O que, na modesta
opinião do Mensageiro Sideral, torna o fenômeno ainda mais interessante, porque
mostra como a profundidade desaparece diante da escala gigantesca do Sistema
Solar — que por sua vez é um nada, comparado ao tamanho das distâncias até as
outras estrelas. Além disso, revela como
as órbitas dos planetas em torno do Sol parecem organizadas quase exatamente no
mesmo plano.
Se você tiver céu limpo, não deixe de observar.
Mensageiro Sideral UOL
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