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Foto: Chris Ratcliffe / Bloomberg
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O dólar comercial até abriu os
negócios desta quarta-feira em queda, mas a divisa voltou a ganhar força e
agora opera em terreno positivo, atingindo novo recorde da história do Plano
Real, chegando a R$ 4,137 na máxima. No atual pregão, o ambiente político e a
desaceleração na China são fatores que preocupam. Às 12h05, a divisa era
negociada a R$ 4,131 na compra e a R$ 4,133 na venda, alta de 1,94% ante o
real. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está perto da estabilidade,
com leve alta de 0,02% no índice de referência Ibovespa, aos 46.273 pontos.
Tesouro fez leilões
extraordinários de títulos públicos para estabilizar títulos, diz coordenador
— Após as 10h um movimento de
compra começou a puxar o dólar para cima. As moedas lá fora também estão se
desvalorizando um pouco, mas ainda não é possível saber o motivo exato dessa
mudança de trajetória — afirmou Felipe Silva, analista da Saga Capital.
Na terça-feira, a alta foi de
1,81%, com a divisa chegando a R$ 4,054. No atual pregão a volatilidade
predomina e com isso o dólar já variou, em cerca de três horas de negociação,
entre a mínima de R$ 4,016 e a máxima de R$ 4,137. A valorização da moeda é estimulada
pelo conturbado cenário político brasileiro. A dificuldade do governo em
implementar as medidas do ajuste fiscal, e assim controlar o crescimento da
dívida pública, faz com que seja maior a probabilidade do Brasil receber um
novo rebaixamento da nota de classificação de crédito (rating) pelas agências
de avaliação de risco. A expectativa é que a próxima a cortar a nota seja a
Fitch, mas nessa agência o Brasil ainda está dois níveis acima do grau
especulativo - na Moody’s está apenas um degrau acima desse patamar e na
Standard & Poor’s o país já perdeu o selo de grau de investimento.
Nesta quarta-feira, as
atenções estão voltadas para a continuação da votação dos vetos presidenciais
no Congresso Nacional. Foram mantidos em sessão na terça-feira 26 dos 32 vetos,
o que trouxe um alívio no início dos negócios desta quarta-feira. No entanto, a
sessão foi obstruída e os parlamentares terão que votar se mantém ou não o veto
ao aumento dos servidores do Poder Judiciário. “O sucesso parcial do governo
Dilma Rousseff na condução das votações que ocorreram até a madruga é provável
que o real recupere parte das recentes perdas, mesmo com a manutenção do
cenário adverso na China”, avaliou Ricardo Gomes da Silva, analista da
Correparti Corretora de Câmbio.
A moeda americana opera perto
da estabilidade. O “dollar index”, que mede o comportamento da divisa frente
uma cesta de dez moedas, registra leve alta de 0,02%.
CHINA NO RADAR
No Brasil, o Ibovespa passou a
operar perto da estabilidade com a ajuda da Petrobras.As ações preferenciais da
estatal operam com valorização de 1% nas preferenciais (PNs, sem direito a
voto), cotadas a R$ 7,04, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) sobem
1,43%, a R$ 8,47.
Os bancos, que possuem o maior
peso na composição do Ibovespa, também contribuem para a estabilidade do
índice. Os papéis preferenciais do Itaú Unibanco têm leve queda de 0,10% e os
do Bradesco sobem 0,39%. O Banco do Brasil está praticamente estável (-0,06%).
No exterior, a China voltou ao
radar, com a divulgação de que o índice que mede a atividade dos gerentes de
compras (PMI) ficou em 47 pontos na leitura preliminar de setembro. Pontuações
abaixo de 50 indicam contração na atividade. Essa leitura forçou para baixo as
bolsas asiáticas. O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou em queda de 2,26% e
o Shangai recuou 2,19%. No Japão, o índice Nikkei fechou em queda de 1,96%.
O Globo
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