A presidente Dilma Rousseff
anunciou na manhã deste domingo na ONU a meta do Brasil para a redução da
emissão de gases do efeito estufa: o objetivo é cortar em 37% até 2025 e 43%
até 2030. A base são as emissões de 2005. Segundo a presidente, isso será
obtido com redução do desmatamento da Amazônia, melhoria na agricultura,
incentivos à energia renovável e novas formas de produção.
A promessa faz parte do pacote
das ambições nacionais de combate às mudanças climáticas, chamado no jargão
ambientalista de contribuições nacionalmente determinadas pretendidas, a INDC
(Intended Nationally Determined Contributions). A apresentação foi feita antes
da abertura oficial do debate, em seu discurso durante a plenária da
Conferência das Nações Unidas para a agenda de Desenvolvimento Pós-2015, no
domingo.
No curto discurso no qual
anunciou as metas climáticas do Brasil, Dilma disse que os objetivos serão
alcançados com o desmatamento ilegal zero até 2030; reflorestamento ou
restauração de 12 milhões de hectares; recuperação de 15 milhões de hectares de
pastagens degradadas e com 5 milhões de hectares de integração
lavoura-pecuária-floresta.
Na área de energia, o governo
mantém o compromisso de ter 45% de fontes totais renováveis. Dilma lembrou que
no mundo a média de fontes renováveis é de 13% e na OCDE, que reúne os países
mais desenvolvidos do mundo, a média é de 7%. Ainda na área energética, Dilma
prometeu manter 66% de fonte hídrelétrica e 23% de renováveis como solar,
eólica e biomassa. A participação do etanol será de 16%.
— O Brasil é um dos poucos
países em desenvolvimento a assumir uma meta absoluta de redução de emissões.
Nossas metas são tão ou mais ambiciosas do que as dos países desenvolvidos. O
Brasil contribui, assim, decisivamente, para que o mundo possa atender às
recomendações do Painel de Mudança do Clima, que estabelece o limite máximo de
2º C de aumento de temperatura neste século— discursou Dilma.
Ao falar sobre as políticas
sociais de combate à pobreza extrema a presidente disse que manterá os
programas de renda do Brasil, apesar das dificuldades que o país enfrenta.
— O Brasil mesmo enfrentando
dificuldades, não voltará atrás nesses avanços. O esforço para superar a
pobreza tem que ser coletivo e global. Em meu país sabemos que o fim da pobreza
extrema é só um começo de uma longa trajetória— disse.
O secretário-executivo do
Observatório do Clima, Carlos Rittl, afirmou que embora a meta ainda esteja
aquém do necessário, o Brasil apresentou uma proposta ambiciosa.
— Embora insuficiente do ponto
de vista do que seria a contribuição justa do Brasil para evitar que se
ultrapasse o limite de 2 graus Celsius de aquecimento neste século, a meta
brasileira é uma das mais ambiciosas apresentadas até agora. A presidente Dilma
demonstra, com seu anúncio, que o Brasil quer deixar o grupo de países que
fazem parte do problema para integrar o grupo dos que buscam a solução— disse.
O Globo
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