
Pelo esquema, a pasta de
cocaína era transportada da Bolívia ou Paraguai para o Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, em aeronaves. Depois, seguia em caminhões para o Ceará e Rio
Grande Norte. A partir do RN, a droga ia para Paraíba, Pernambuco e outros
estados do Nordeste. Do Ceará, era transportada para Portugal, em garrafas, e
Itália, segundo informações da Polícia Federal.
“Era uma organização criminosa poderosa que adquiria armas. Cada núcleo
movimentava cerca de R$ 1 milhão por mês'', disse o delegado Jandelyer Gomes.
Três laboratórios foram
estourados ao longo das investigações, dois no Ceará e outro em uma casa de
praia na cidade de Setúbal, em Portugal, onde foram encontradas 660 garrafas
com rótulo de cachaça e um total de 50 kg de cocaína.
A Operação Cardume cumpriu 14
mandados de prisão preventiva (de um total de 15), 12 temporárias (do total de
13), 18 conduções coercitivas e bloqueou 118 contas de pessoas físicas e
jurídicas em oitos estados. Quinze veículos de luxo foram bloqueados. Foram
relaizados ainda quatro flagrantes por porte de arma de fogo e posse de
produtos químicos para fabricação de cocaína e apreendida cerca de uma tonelada
de fenacetina (produto usado para dar volume à cocaína). Cinco pessoas foram
presas no RN e 21 no Ceará.
A investigação, iniciada em
outubro de 2013, resultou, até o momento, na apreensão de mais de uma tonelada
de cocaína, 21 quilos de maconha, 300 quilos de substâncias químicas utilizadas
no processo de refino de cocaína, interdição de dois laboratórios e apreensão
de R$ 500 mil.
Venda de sentenças
“Hoje a operação prendeu quem
tinha dinheiro para pagar os desembargadores', disse o delegado Jandelyer
Gomes. Três desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará são investigados
pela venda de solturas. Um deles foi afastado. Seis traficantes da organização
desmontada na operação Cardume pagaram R$ 150 mil, cada, para serem liberados
durante plantões judiciários no Tribunal. Os desembargadores conheciam o
esquema, segundo Gomes.
Em maio de 2015, um Policial
Militar foi baleado em Fortaleza quando interferiu em umas das investigações
feitas pela Polícia Federal. O incidente aconteceu quando agentes federais, a
partir de informações preliminares, descobriram que dois homens suspeitos de
tráfico de drogas realizariam uma remessa no Bairro Henrique Jorge. A ação
fazia parte das investigações da Operação Cardume.
Durante a campana montada pela
Polícia Federal, foi observado que um carro da Polícia Militar parou ao lado do veículo dos dois homens
suspeitos, tendo um dos policiais militares entrado no carro dos supostos
traficantes.
Depois que o PM saiu do carro
suspeito, os federais decidiram abordar o policial nas proximidades de um posto
de combustíveis. Mas um policial militar à paisana que passava pelo local viu a
abordagem e atirou para ajudar o colega da PM. Houve troca de tiros e o soldado
à paisana foi atingido no braço, os colegas dele foram presos.
G1 RN
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