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Renan Calheiros, presidente do
Senado (Foto: Jorge William / Agência O Globo)
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Senadores e deputados já
começaram a votar, nesta terça-feira, a cédula com os vetos da presidente
afastada Dilma Rousseff a 24 propostas, mas a votação do projeto que altera a
meta fiscal só deverá começar no final da noite desta terça-feira. O presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que foram destacados 13 vetos
pelos partidos, que exigem votação nominal. Caso nenhum destaque seja retirado,
segundo cálculos de parlamentares e assessores, serão necessárias mais de oito
horas para finalizar a votação dos vetos e iniciar a votação do projeto da meta
fiscal.
— Vamos entrar madrugada à
dentro, até porque temos que vencer a votação dos vetos e só depois votar a
meta fiscal. Mas estamos prontos para virar a noite, se preciso. É importante
para o país — afirmou o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE).
Regimentalmente, Renan terá
que fazer pelo menos 13 votações nominais de vetos assim que encerrar a votação
da cédula. Em cada delas, podem falar por até cinco minutos dois parlamentares
para defender a derrubada e dois pela manutenção. Os assessores calculam outros
20 minutos para a finalização da votação de cada veto.
O senador Paulo Rocha (PT-PA),
reafirmou a disposição do partido em obstruir a votação da meta fiscal:
— Fizemos destaques aos vetos,
mas outros partidos da base do Temer também. Só a votação destaca dos vetos
obstruir. Mas nossa obstrução acontecerá mesmo na votação da proposta que
altera a meta fiscal com a qual não concordamos — disse Rocha.
VETO DO REAJUSTE DO BOLSA
FAMÍLIA PELO IPCA
Apesar de ter provocado muita
polêmica quando anunciado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e vetado por Dilma
Rousseff, a proposta que garantia, em 2016, o reajuste do programa Bolsa
Família pelo IPCA não chamou a atenção de nenhum partido. Nem mesmo o PSDB,
autor da proposta Ele não está entre os 13 vetos que serão votados nominalmente
na sessão desta terça-feira.
O PSDB mantém o encaminhamento
a favor da derrubada do veto, mas optou por não destacá-lo. Segundo o senador
Aécio Neves, a avaliação da assessoria foi de que encaminhar pela derrubada,
mas sem insistir em destacá-lo, já que a proposta previa a regra apenas para
valer este ano.
— Provocada pelo que
conseguimos aprovar, a presidente Dilma deu reajuste ao Bolsa Família. A
assessoria entendeu que como só seria válido para 2016 e já foi dado o aumento,
mesmo que não neste valor, não valeria a pena destacar — respondeu Aécio.
Os deputados e senadores se
revesam na tribuna para pedir que os colegas derrubem vetos que estão na
cédula, muitos deles não destacados. Sem conseguir que os dois vetos de Dilma a
proposta que beneficiam músicos fossem destacados, o deputado Otávio Leite
(PSDB-RJ) tentava fazer "boca de urna" para que deputados e senadores
mudassem o voto na cédula. Conseguiu apoio do senador Romário (PSB-RJ).
— Acho que temos maioria na
Câmara para derrubar os vetos, mas os senadores têm que alterar a cédula. São
vetos que devem ser derrubados em defesa dos músicos brasileiros — apelava
Otávio Leite.
O Globo
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