Os eurodeputados do Podemos
Xabier Benito e Miguel Urbán pediram nesta quinta-feira à União Europeia (UE)
que não reconheça a legitimidade do "governo golpista" que
substituirá a presidente brasileira Dilma Rousseff e que suspenda as relações políticas
e econômicas com o país.
Urbán, membro da Comissão de
Relações Exteriores do parlamento Europeu (PE), e Benito, primeiro
vice-presidente da Delegação para as Relações com Mercosul, denunciaram em
comunicado o "golpe parlamentar" do qual, na sua opinião, foram alvo
Dilma e os cidadãos brasileiros.
"Nem desde o governo do
Estado espanhol, nem desde o parlamento e a Comissão Europeia (CE) se deve
legitimar o novo governo", declarou Urbán, que pediu a "cessação
imediata de qualquer relação comercial ou política até que seja restabelecida a
legalidade e vontade das urnas".
Benito solicitou, além disso,
que "nas negociações para o acordo comercial entre a UE e Mercosul não
inclua governos que não contenham o respaldo dos cidadãos".
O Mercosul é integrado pela
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e a eles se incorporou posteriormente a
Venezuela, que ainda não participa da negociação do acordo de associação com a
UE, enquanto a Bolívia está em processo de adesão.
"Não podemos permitir que
as elites utilizem estes golpes de Estado 'brandos' para aplacar os cidadãos e
passar por cima da vontade democrática", disse Urbán.
Os dois eurodeputados pediram
em uma pergunta parlamentar dirigida à alta representante da UE para a Política
Externa, Federica Mogherini, uma avaliação do processo e um plano de medidas a
respeito.
Além disso, lembraram à
Comissão Europeia a existência de um relatório do Senado brasileiro que
"desculpava Dilma das acusações por manobras fiscais"
O Senado brasileiro aprovou na
quarta-feira por grande maioria o impeachment da presidente Dilma, acusada de
"crimes de responsabilidade".
Exame, Abril
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente