
O país que mais mandou pessoas
para visitar o Brasil no ano passado foi a Argentina (2,1 milhões), seguido
pelos Estados Unidos (580 mil). Completam a lista Chile, Paraguai, Uruguai,
França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Portugal e Espanha.
O ministro do Turismo, Marx
Beltrão, disse ao GLOBO que espera que o ápice do crescimento do número de
visitantes por conta dos eventos ainda esteja para ocorrer neste ano e nos
próximos, principalmente se acompanhado de novos investimentos do governo.
Segundo ele, na Inglaterra, onde ocorreram as Olimpíadas de 2012, o crescimento
do turismo registrado naquele ano foi de apenas 0,92%. Contudo, nos anos
seguintes, o crescimento subiu para a média de 5% ao ano.
— Os jogos ajudam a mostrar o
país ao mundo, e cabe a nós tirar proveito disso depois. Alguns falam que o
ápice foi durante a Olimpíada. Para mim, o ápice é daqui para frente. Se o
turismo tiver investimentos, toda a economia do Brasil ganha.
AGENDA DE REFORMAS
Para isso, o ministro tem uma
agenda de reformas polêmicas para o setor, que envolve a liberação de até 100%
do capital estrangeiro nas companhias aéreas nacionais e o fim da exigência de
vistos para americanos e chineses, além de desonerações tributárias.
— O brasileiro não reclama do
visto, mas o americano não quer ir para a fila ou para o consulado antes de
viajar. Se não precisa de carimbo (no país) do lado, para que ele virá para as
praias do Nordeste? Se na Argentina tem turismo cultural (sem visto), para que
vir para São Paulo?
O ministro não soube afirmar
quando o governo enviará novamente ao Congresso proposta para elevar a
participação de estrangeiros nas aéreas nacionais em 100%. Mas disse que essa
ação aumentaria a competitividade do setor, elevando o número de turistas e
reduzindo os preços das passagens.
— Se abrimos o capital
estrangeiro para 100%, outras companhias aéreas virão e aumentarão a
competitividade e o número de pessoas viajando, porque as empresas que chegam
têm necessidade de vender passagens. Há aeroportos para isso e há muitas
melhorias nos regionais no orçamento para 2017 - disse Beltrão
Segundo Beltrão, sua pauta de
redução de burocracias (exigência de vistos), aumento de competitividade (com
aéreas estrangeiras) e aumento de empregos com mais isenções tributárias está
em linha com a orientação de Michel Temer. Sobre isenções, ele argumentou que a
compra de uma montanha-russa por um parque temático no Brasil pode ter preço
120% maior do que nos EUA, por causa dos impostos.
— Se um parque quer botar
brinquedos novos aqui, ele pensa dez vezes, porque sai muito caro. Não só os
atuais parques podem crescer com menos imposto, como poderemos ter novos. Os
grandes parques, como Disney e Bush Gardens, já foram para Europa e para a Ásia
e por que não podem vir para a América do Sul?
De acordo com o ministério,
daqueles turistas que visitaram o Brasil em 2016, 30% são influenciados por
alguém que conhecem, como um parente ou amigo, embora quatro em cada dez tenham
a internet como principal fonte de informações.
Questionado sobre o impacto do
câmbio para o aumento do número de turistas ao Brasil no ano passado, Beltrão
disse ser difícil afirmar que a evolução do dólar em 2015 tenha estimulado a
chegada de turistas, mas reconheceu que, mantido em um patamar elevado, é
possível que o câmbio ajude a trazer mais estrangeiros.
O Globo
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