Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi |
Os cinco sírios presos no aeroporto
internacional Governador Aluízio Alves, na Região Metropolitana de Natal, em
novembro do ano passado, foram soltos pela Justiça Federal do Rio Grande do
Norte. A liberdade provisória foi concedida pelo juiz Francisco Eduardo Guimarães
Farias, da 14ª vara Federal do Rio Grande do Norte, no início deste mês. Na
decisão, o juiz determinou que Massoud Douka, Azzam Omar, Ahmad Abdul Rhman
Douka, Salah Aldeen Abdul Rhman Douka e Ahmad Mohamad Douka tivessem os
passaportes recolhidos e os proibiu de deixar Natal sem autorização judicial.
Os sírios entraram no Brasil pelo Rio de Janeiro.
Eles usavam passaportes originais e, segundo a Polícia Federal, foram
recepcionados por membros brasileiros de uma quadrilha de coiotes. Após três
semanas na capital carioca, partiram num voo doméstico para Fortaleza e, da
capital cearense, para Natal, de onde partiriam para a Holanda num voo fretado
com usando passaportes falsos. Em depoimento à Justiça Federal, o grupo disse
que o objetivo era viajar até Amsterdã, onde se refugiariam da guerra civil na
Síria.
Em fevereiro, os cinco denunciados pelo Ministério
Público Federal (MPF) pelos crimes de formação de quadrilha e falsidade
ideológica. O homens, com idades entre 23 e 47 anos, estavam presos desde o dia
6 de novembro do ano passado na cadeia pública Professor Raimundo Nonato
Fernandes, na zona Norte de Natal. No mês passado, os sírios chegaram a ser
apontados como líderes de uma rebelião no presídio, mas nada foi comprovado
contra o grupo.
Na decisão, o juiz Francisco Eduardo Guimarães
Farias frisa que a liberdade provisória foi concedida porque "ainda não há
notícia nos autos de que os réus tenham envolvimento na prática de outros
crimes, uma vez que até o momento não houve qualquer resposta aos ofícios
enviados à Interpol, às embaixadas da Síria e de Israel e ao Conare (Comitê
Nacional para os Refugiados)".
Francisco Eduardo também ressalta que o
vice-presidente da Comunidade Muçulmana do Rio Grande do Norte, Muhamad Tawfik
Mahamid se dispôs a receber os sírios na casa dele e garantiu que irá
empregá-los.
Os cinco sírios já pediram asilo ao Conselho
Nacional de Refugiados e aguardam pela decisão. "Os sírios já pediram
asilo aqui. Tudo vai depender do Conare. Eles estão prontos para ficar aqui,
querem ficar aqui. Topam ficar em qualquer país onde possam viver e
trabalhar", falou Muhamad Tawfik Mahamid.
O professor Ahmad Douka, em entrevista à Inter
TV Cabugi, disse que a família continua sofrendo com a guerra civil síria.
"Tenho 7 filhos. Quero que meus filhos estudem. Na Síria, não tem nada. Só
tem bombas. Fugimos da guerra e do sofrimento. Ainda estamos sofrendo muito por
sabermos que nossos filhos continuam lá sofrendo muito e estão sem
dinheiro".
Os sírios mantém contato com parentes apenas
por telefone. "Nosso objetivo ao fugir da Síria era tentar achar uma vida
melhor para nós mesmos e nossos familiares. Se pela televisão é duro ver a
guerra, imagine viver a realidade", falou Ahmad Douka.
G1 RN
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