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Um dos reservatórios geridos pela ANA é a Armando Ribeiro que tem, hoje, 30% de sua capacidade
Foto: Júnior Santos
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O nível dos maiores reservatórios potiguares
atingiram, em março, a menor reserva de água desde 2010. De acordo com dados de
monitoramento do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), o Rio
Grande do Norte conta com apenas 27% da reserva hídrica dos reservatórios que
são administrados pela Agência Nacional de Águas (ANA). Os 32 reservatórios
federais representam 60% da capacidade total de armazenamento de água do
Estado. Entretanto, a chegada de um novo
fenômeno meteorológico denominado “oscilação 30-60 dias” pode favorecer a
tomada de água pelos açudes e barragens nos próximos dias, segundo a Empresa de
Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn).
O RN possui 61 reservatórios de água – entre
açudes, barragens e lagoas. Destes, 32 são administrados pela ANA por captarem
rios federais – uma capacidade total 3 bilhões de metros cúbicos de água. É o
caso, por exemplo, das barragens Armando Ribeiro Gonçalves e Marechal Dutra
(Gargalheiras). Hoje, apenas um reservatório federal – Pataxó, em Ipanguaçu –
está com reservas acima de 50% da capacidade. Levantamento feito junto ao Dnocs
também aponta que a maior parte destas reservas não teve elevação de níveis
durante os últimos quatro meses, como é o caso do açude Itans, em Caicó (veja
infográfico).
Sob administração estadual estão apenas dois
reservatórios de grande porte: Santa Cruz do Apodi e Umari. De acordo com a
Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Semarh), ambos os estão com menos de
40% da capacidade, mas garantem abastecimento até 2019. O Estado estuda ampliar
a captação de água nos reservatórios para levar à cidades em colapso ou
emergência. Até o momento, somente a barragem de Santa Cruz possui captação de
água para uso humano.
Atualmente, 11 municípios estão com o sistema
de abastecimento colapsado, dependendo exclusivamente de carros-pipa ou
perfuração de poços. De acordo com o secretário estadual de recursos hídricos,
José Mairton de França, o Estado protocolou junto ao Ministério da Integração
pedidos para a construção de novas adutoras, que ajudarão a distribuir as águas
que ainda estão nas barragens.
“Não tem como criar água. As obras de
infraestrutura hídrica do Estado estavam paradas. Retomamos Oitica, mas está
lenta porque depende de recursos. Temos o subsistema de Pau dos Ferros, pronto,
mas sem água. Temos o de Santa Cruz/Mossoró, que encontramos parada, mas
estamos fechando um novo plano de trabalho, em R$ 12,5 milhões, que o
ministério já sinalizou positivamente para aderir”, afirmou justificou França.
Ainda não há prazo para que o Governo Federal faça os repasses.
Outras propostas apresentadas são a construção
de uma adutora definitiva entre Santa Cruz do Apodi e Pau dos Ferros, bem como
a barragem de Poço de Varas, orçada em R$ 14 milhões, que abasteceria Serra de
São Miguel e municípios vizinhos. Há também o projeto para construção de uma adutora
ligando Umari à Campo Grande, orçada em R$ 47 milhões. Todos os projetos ainda
estão em análise no Ministério da Integração.
De acordo com o Instituto de Gestão de Águas do
Rio Grande do Norte (Igarn), a reserva de Umari e Santa Cruz só foi possível pelas
restrições de uso da água adotadas desde 2013. A vazão de ambos os
reservatórios foi diminuída para 800 litros/segundo e 700 litros/segundo,
respectivamente. “No caso de Santa Cruz, em condições normais, a vazão pode
chegar a 5 mil litros/segundo”, explicou Nelson Césio Fernandes, coordenador de
gestão operacional do Igarn.
Tribuna do Norte
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