Deu no Jornal de Hoje
Considerada uma das três
maiores lideranças políticas da atualidade no Rio Grande do Norte, duas vezes
governadora do Estado, três vezes prefeita de Natal, hoje vice-prefeita da
capital, e pré-candidata a governadora e a senadora da República, Wilma de
Faria é fortemente atingida em sua imagem pública, pela notícia de condenação
do filho dela, o advogado Lauro Maia, a mais de 16 anos de prisão, por formação
de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência, dentro do processo
chamado Operação Hígia.
Como não poderia deixar de
ser, Wilma sentirá os efeitos dessa condenação, não apenas por ser o próprio
filho o condenado, mas, sobretudo, porque a corrupção, ora confirmada pela
Justiça Federal, aconteceu no seu governo, com indícios fortíssimos de que
contava com a sua anuência ou aquiescência, haja vista a proximidade com o
filho, que se valia dessa condição para operar com facilidade. Além do baque na
opinião pública, o fato traz implicações políticas para o Rio Grande do Norte.
A começar pela formação do cenário sucessório em que a própria Wilma vinha
reinando devido ao esquecimento de problemas do seu governo, jogados para
debaixo do tapete momentaneamente pelo desastre da gestão atual.
Com o desgaste de Rosalba
Ciarlini, Wilma vinha se fixando como principal opositora ao atual governo, e
auferindo para si os louros da reprovação popular à administração do DEM. Neste
sentido, as pesquisas revelaram posição privilegiada da ex-governadora, que
chegou a declarar, por diversas oportunidades, que a população do estado é que
queria que ela voltasse ao poder. Um quadro muito diferente de quando ela
deixou o governo, em março de 2010, com diversos escândalos administrativos no
armário, que um dia inevitavelmente viriam à tona (além de Higia, Foliaduto,
superfaturamento da ponte Newton Navarro, Operação Ouro Negro, dentre outras
irregularidades apontadas pelo Ministério Público durante os setes anos e três
meses em que esteve à frente do governo do Estado).
A derrocada política de Wilma
iniciou em 2010, quando ela perdeu a eleição para o Senado para Garibaldi Filho
(PMDB) e José Agripino (DEM), as duas outras lideranças que dividem com a
pessebista o estandarte de maiores do Estado. Mas ela sobreviveu. E numa jogada
de suprema sabedoria política, em 2012, Wilma aceitou ser candidata a
vice-prefeita de Carlos Eduardo, numa jogada que poucos entenderam a princípio,
mas que, ao final, se revelou de extrema utilidade para ela.
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