O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva fez em Ribeirão Preto (SP) uma defesa veemente do PT e dos
filiados que foram presos após serem condenados pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) no escândalo do mensalão. “O nosso partido está sofrendo; temos
companheiros presos, somos solidários e queremos justiça.” Lula ainda atacou,
sem citá-los nominalmente, os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, do
STF, por eles terem feitos declarações públicas sobre o processo após a
condenação dos réus.
Em relação a Mendes, que
declarou que doações feitas para o pagamento de multas de petistas condenados e
presos poderiam ser fruto de lavagem de dinheiro, Lula disse que “o grande
papel do ministro da Suprema Corte é falar nos autos do processo e não falar
para a televisão o que ele pensa”, disse.
“Se quer fazer política, que
entre para um partido”, completou Lula, que participa do lançamento da
“Caravana Horizonte Paulista”, marco do início da pré-campanha do ex-ministro
da Saúde Alexandre Padilha ao governo de São Paulo.
Para Barbosa, indicado por
Lula ao STF, o petista comentou: “Quando você indica alguém, você está dando um
emprego vitalício e o cidadão, quando quer fazer política, diga (…) não aceito
ser ministro, vou ser deputado, entrar para um partido político e mostrar a
cara”.
Lula cobrou julgamento justo,
pediu que os eventuais culpados pagassem, “desde que haja provas”, e garantiu
que “foi nosso partido que não deixou sujeira embaixo do tapete”. Lembrou até
mesmo do ex-presidente da República e ex-prefeito de São Paulo Jânio Quadros,
que tinha como símbolo uma vassoura. “São Paulo já teve candidato que andava
com vassourinha para jogar sujeira embaixo do tapete, mas nós escancaramos a
transparência no País”.
O ex-presidente classificou o
PT como “um dos maiores partidos de esquerda do mundo, sem dogmas”, cujo
compromisso, segundo ele, é ser ético e querer lutar para que as pessoas mais
humildes conquistem cidadania. “Não fizemos tudo que poderíamos ter feito, mas
vamos fazer ainda mais. Entendemos mais de povo que os tucanos e ninguém fez
mais por esse País do que o Partido dos Trabalhadores”.
Após comentar que se empenhará
para reeleger a presidente Dilma Rousseff e dizer que dedicará mais tempo à
política e às eleições, Lula rebateu as críticas da oposição e de analistas à
política econômica e ao crescimento da dívida bruta do País.
“Querem o aumento do
desemprego para baixar a inflação e agora falam em dívida bruta, que nunca foi
utilizada no discurso. Estão incomodados porque o governo colocou dinheiro do
tesouro do BNDES na Caixa Econômica e no Banco do Brasil”, afirmou. “O dia que
o PT governar o Brasil e o Estado de São Paulo, a gente vai fazer muito mais
que a gente já fez”, concluiu Lula, antes de elogiar Padilha e considerá-lo o
mais bem preparado do partido para a disputa eleitoral no Estado.
Estadão
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