O dólar teve uma sessão com
fortes oscilações nesta quinta-feira e encerrou quase no mesmo nível do pregão
de quarta-feira, a 3,75 reais. O mercado digeria hoje os ruídos sobre uma
possível saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a aprovação do
texto-base na Câmara dos Deputados de uma medida provisória que eleva os
tributos sobre o lucro dos bancos.
O dólar ficou estável, a
3,7598 reais na venda. Na máxima do dia, a divisa subiu 1,53%, a 3,8175 reais,
maior nível intradia desde 11 de dezembro de 2002 (3,8200 reais). Na mínima,
recuou 0,69%, a 3,7338 reais.
“Os boatos de que o Levy
poderia sair do governo incomodam muito o mercado. Por isso, quando você ouve
algo no sentido contrário, a reação é bastante positiva também”, explicou o
superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
A puxada das cotações para o
patamar acima de 3,81 reais acabou desencadeando uma realização de lucros no
mercado futuro, o que fez a cotação desacelerar o ritmo de alta também no
mercado à vista. Um novo pico ocorreu no início da tarde, com a notícia de que
o ministro havia cancelado sua visita à Turquia, para o encontro do G-20, para
participar de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff e os ministros Nelson
Barbosa, do Planejamento, e Aloizio Mercadante, da Casa Civil.
A primeira leitura da notícia
foi negativa, dando força para os rumores de que Levy sairia do governo. Num
segundo momento, no entanto, o mercado avaliou positivamente o encontro, sob a
ótica de que o governo busca formas de fortalecer o ministro em meio às
especulações. Para essa tese, contribuiu o fato de Levy ter mantido os demais
compromissos no exterior, no caso a viagem a Paris e Madri.
O dólar também foi puxado para
baixo pelo aumento da Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20%
sobre instituições financeiras, medida que foi aprovada pela Câmara e agora
segue para o Senado. A medida pode levar bancos brasileiros com subsidiárias no
exterior a venderem dólares para manter sua proteção cambial.
“(A queda do dólar) aconteceu
justo quando a Câmara dos Deputados iniciou a votação da medida provisória que
aumenta a alíquota da CSLL do setor financeiro”, escreveu o operador da
corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa, em nota a clientes.
Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente