O vice-líder do governo na
Câmara Silvio Costa (PTdoB-PE) afirmou nesta quarta-feira (11) que a presidente
Dilma Rousseff fará um pronunciamento à nação após a decisão do Senado sobre a
instauração do processo de impeachment. O deputado acompanha, de dentro do
plenário do Senado, a sessão que decidirá se Dilma será afastada da Presidência
por 180 dias.
Ele não especificou se o
pronunciamento de Dilma vai ser em cadeia nacional de rádio e TV ou se será
feito para os jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto.
“A presidente Dilma está
firme. Ela vai fazer um belo pronunciamento à nação depois da votação”, afirmou
o vice-líder do governo.
O deputado também afirmou que
vai trabalhar na Câmara para evitar a aprovação de reformas em um eventual
governo do vice-presidente Michel Temer. Para ele, um governo “provisório” não
pode conduzir mudanças definitivas.
Desde que começou a sondar
políticos e personalidades para montar seu ministério, Temer tem dito aos
auxiliares que serão necessárias reformas para tirar o país da crise. Reforma
na Previdência e ajustes fiscais, por exemplo, são considerados pelo
peemedebista.
“Na minha opinião, governo
provisório não pode aprovar reformas definitivas. Não voto nada do Michel.
Estou trabalhando para evitar que sejam aprovadas propostas”, disse Silvio
Costa.
Pronunciamento de Temer
Responsável por assumir o
comando do Palácio do Planalto caso haja o afastamento de Dilma, o vice Michel
Temer avalia fazer um pronunciamento à imprensa, disseram ao G1 assessores do
peemedebista.
A ideia de Temer é se
manifestar somente após Dilma deixar a Presidência, não depois da decisão do
Senado.
Ao longo desta quarta, Temer
receberá aliados no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-presidência,
como parlamentares e conselheiros políticos.
Sessão
A sessão do Senado que poderá
resultar no afastamento de Dilma teve início na manhã desta quarta (11) com
pedidos de governistas para suspender os debates até que o Supremo Tribunal
Federal (STF) decida sobre um pedido do governo para anular a votação do
processo na Câmara.
Os pedidos, porém, foram
rejeitados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Antes de começar a sessão,
senadores governistas e de oposição opinaram sobre o processo de impeachment.
Governistas já admitem que Dilma deverá ser afastada e afirmam que um governo
de Michel Temer não terá legitimidade.
O senador Jorge Viana (PT-AC)
defendeu novas eleições, caso a presidente seja afastada em definitivo. “Hoje o
Senado deve escrever uma das páginas mais tristes da história da nação. Vai
assinar em baixo, vai ser avalista do senhor Eduardo Cunha. Vamos ter um
governo ilegítimo. Se a crise é tão grande como se diz, se temos um país
ingovernável, temos que buscar na soberania do voto a legitimidade”, disse.
O senador Lindbergh Farias
(PT-RJ) destacou que o afastamento de Dilma é “apenas” uma “batalha” e disse
que o PT vai lutar para evitar que ela seja condenada ao final do processo.
“Hoje é uma batalha. A guerra mesmo vai ser definida daqui a seis meses, no
julgamento final do processo de impeachment. Estão dando um golpe, mas o povo,
através da sua mobilização, pode evitar”, afirmou.
Já o senador Raimundo Lira
(PMDB-PB), que presidiu a comissão especial do impeachment, avaliou que a crise
política e econômica do país só vai começar a diminuir se o vice-presidente
Michel Temer assumir o lugar de Dilma. “Estamos vivendo um momento de crise que
só vai começar a se resolver com a posse do vice. Haverá hoje maioria para o
impeachment”, disse.
Na mesma linha, o senador
Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que está comprovado o cometimento de crime de
responsabilidade pela presidente Dilma. “Vamos mostrar a radiografia do Brasil
hoje. Milhares de desempregados, empresas fechando e redução de incentivos
sociais”, disse.
G1
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