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Petrobras detalha nova
política de preços em coletiva no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira. (Foto:
Daniel Silveira/G1)
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A Petrobras informou nesta
sexta-feira (14) que a diretoria executiva da companhia aprovou na véspera a
implantação de uma nova política de preços de gasolina e diesel comercializados
em suas refinarias. O G1 havia antecipado que a redução ocorreria ainda neste
ano.
Nós temos os tanques bem
abastecidos para atender o final de semana. E qualquer produto que chegar na
segunda-feira já vem com o preço novo”,"
José Alberto Gouveia, do
Sincopetro
O Grupo Executivo de Mercado e
Preços decidiu reduzir o preço do diesel em 2,7% e da gasolina em 3,2% na
refinaria. Esses preços entrarão em vigor a partir da zero hora de sábado (15).
"Pode-se esperar um maior
número de reajustes. A expectativa é que a gente possa fazer uma avaliação mais
rápida dos nossos preços", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Preço
Segundo a petroleira, se a
redução aplicada na refinaria for integralmente repassada ao consumidor final,
na bomba dos postos, o diesel pode cair 1,8%, ou R$ 0,05 por litro. Já a
gasolina pode cair 1,4%, ou R$ 0,05 por litro. A última redução dos preços dos
combustíveis foi em junho de 2009.
ENTENDA COMO FUNCIONA A
POLÍTICA DE PREÇOS
"Commodities são
precificadas pelo mercado. Nós vamos nos referenciar pelo preço de
mercado", disse o diretor de refino e gás natural, Jorge Celestino, ao
explicar a base da política de preços.
De acordo com comunicado da
Petrobras, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a decisão
considerou "o crescente volume de importações, o que reduz a participação
de mercado da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo
e derivados" volume de importações, o que reduz a participação de mercado
da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo e
derivados".
Na bomba dos postos
O presidente do sindicato dos
donos de postos de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, calcula que os
postos começarão a repassar a redução do preço da gasolina e diesel a partir de
segunda-feira (17).
"Nós temos os tanques bem
abastecidos pra atender o final de semana. E qualquer produto que chegar na
segunda-feira já vem com o preço novo”, explica.
Segundo ele, mesmo que algum
posto permaneça com os tanques cheios na segunda-feira, ao ver que outros
postos estão reduzindo o preço eles preferirão perder dinheiro a perder o
cliente.
“A partir de segunda ou terça alguns postos já
começam a ter redução pro consumidor pra competir com o mercado e o consumidor
com certeza vai pagar menos. Assim os donos de postos também ganham novos
clientes”, diz.
Gouveia ressalta que a redução
do preço é na gasolina A, e não inclui a carga de impostos nem o etanol anidro,
que chega a 27% na mistura.
Por isso, ele preferiu não
fazer uma previsão de quanto seria a redução em centavos por litro de gasolina
e diesel.
Mais cara do que no exterior
Atualmente, a gasolina
comercializada no Brasil está até 30% mais cara que na média dos preços no
exterior, de acordo com cálculos de economistas que acompanham esse mercado.
O último aumento nos preços
dos combustíveis nas refinarias foi anunciado em setembro do ano passado: 6%
para a gasolina e 4% para o diesel.
Desde então, a Petrobras vem
obtendo elevada margem de lucro com a venda de combustíveis, permitindo à
empresa recuperar parte das perdas que teve no período em que o governo a
obrigou a manter os preços artificialmente represados.
Sem interferência
Em junho, o presidente da
Petrobras, Pedro Parente, afirmou que o governo do presidente Michel Temer não
iria interferir nas decisões da estatal envolvendo reajuste no preço dos
combustíveis no Brasil. De acordo com ele, essa seria uma decisão
"empresarial".
Em abril, a Petrobras informou
que "não havia previsão", no momento, de reajuste nos preços de
comercialização de gasolina e diesel, em meio a expectativas do mercado de que
uma redução seria anunciada na ocasião.
Na época, analistas afirmaram
que uma redução nos preços dos combustíveis seria muito negativa para a
Petrobras, uma vez que aumentaria a pressão sobre o fluxo de caixa da estatal,
que busca se recuperar de prejuízo de R$ 36,9 bilhões no quarto trimestre.
O governo da ex-presidente,
Dilma Rousseff, sofreu críticas no passado por segurar aumento do preço dos
combustíveis em momentos de valorização do petróleo no exterior – os preços
aqui seguem cotações internacionais.
Segundo os críticos, a medida
trouxe prejuízos à Petrobras. O governo, porém, alegava que essa política
evitava oscilações prejudiciais aos consumidores e auxiliava no controle da
inflação.
G1
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