A Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (28) que os consumidores
brasileiros vão voltar a pagar a taxa extra das bandeiras tarifárias a partir
de novembro. No mês que vem, passa a vigorar a bandeira de cor amarela, o que
implica na cobrança de R$ 1,50 para cada 100 kWh de energia consumidos.
A cobrança da taxa havia sido
suspensa em abril deste ano, quando passou para a cor verde pela primeira vez
desde que o sistema entrou vem vigor, em janeiro de 2015. A bandeira permaneceu
verde até outubro, ou seja, por 7 meses.
Em nota, a Aneel jusficou a
mudança alegando que "a condição hidrológica está menos favorável" no
país. Isso significa que a falta de chuvas levou à redução no armazenamento de
água nos reservatórios das hidrelétricas e, como consequência, foi necessário
acionar um número maior de térmicas (usinas que produzem eletricidade por meio
da queima de combustíveis) para atender à demanda por energia no país.
O sistema das bandeiras
tarifárias foi criado justamente para arrecadar recursos que vão cobrir o custo
extra com o uso de termelétricas. Isso é necessário porque elas geram energia
mais cara que as hidrelétricas. As primeiras a ser acionadas são as
termelétricas com custo de produção mais baixo. Conforme aumenta a necessidade,
o governo determina o funcionamento das mais caras.
As bandeiras acompanham essa
evolução. Quando há pouca ou nenhuma necessidade de geração por termelétricas,
a bandeira fica verde e não há cobrança extra. Se essa necessidade aumenta um
pouco, a bandeira fica amarela e passa a ser cobrado dos consumidores R$ 1,50
para cada 100 kWh consumidos.
Quando o custo com o uso
dessas usinas sobe muito, a bandeira fica na cor vermelha, que tem dois
patamares, e há uma cobrança extra nas contas de luz de R$ 3 ou R$ 4,50 para
cada 100 kWh usados.
Desde abril, quando o governo
decidiu retirar a cobrança da bandeira tarifária, o nível de armazenamento dos
reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por
cerca de 70% da capacidade de geração do país, caiu de 57,5% para 35,05%.
A queda no armazenamento é
normal neste período, mais seco nas duas regiões. Entretanto, essas
hidrelétricas já vinham sofrendo com a falta de chuvas registrada desde 2012 e
que chegou a gerar preocupações quanto a um possível novo racionamento.
Como armazenamento de água
está abaixo do normal, o acionamento das térmicas serve também para poupar água
das hidrelétricas até que chuvas mais intensas nas duas regiões, que
normalmente ocorrem a partir de novembro, voltem a encher os reservatórios.
Portanto, se houver melhora na
situação dos reservatórios nas próximas semanas, reduz-se a necessidade de uso
das térmicas e a bandeira pode, em breve, voltar à cor verde.
Nesta sexta, o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou previsão de que as chuvas nas
regiões Sudeste e Centro-Oeste, no mês de novembro, devem ficar entre 60% e
103% da média histórica. E que os reservatórios das hidrelétricas das duas
regiões pode chegar ao fim do mês com armazenamento médio entre 30,2% e 33,4%.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente