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Presos no telhado da
penitenciária de Alcaçuz (RN) durante rebelião (Foto: Andressa Anholete/AFP)
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Em meio a uma crise no sistema
prisional local, o governo do Rio Grande do Norte pediu oficialmente ao governo
federal o envio das Forças Armadas para atuar no estado. No último final de
semana, 26 pessoas foram assassinadas na penitenciária de Alcaçuz, na Grande
Natal.
O ofício foi enviado nesta
quarta-feira (18) pelo governador Robinson Faria (PSD) ao presidente Michel
Temer (PMDB). Na terça, um dia antes, Temer havia oferecido as Forças Armadas
justamente para operações específicas em presídios.
No documento encaminhado ao
Planalto, o governo potiguar pede ajuda para "operações de
busca/identificação de equipamentos eletrônicos e metais, no interior de
unidades prisionais". Solicita ainda o "reforço de segurança no
perímetro externo (...) com vistas a promover a retomada do controle no sistema
sistema prisional, garantindo a lei e a ordem".
O G1 ainda não obteve
confirmação se Temer ou o Ministério da Defesa, responsável pelas Forças
Armadas, já receberam o documento.
É o segundo pedido para o
governo federal. Na segunda-feira (16), houve a solicitação ao ministro
Alexandre de Moraes (Justiça) para reforço da Força Nacional para intervir e
entrar em Alcaçuz e, a exemplo do pedido desta quarta, também para
"promover a retomada do controle no sistema prisional". Foi então que
o governo acenou com a possibilidade das Forças Armadas para ajudar os estados.
Confronto
Os integrantes do Sindicato do
RN, a mais numerosa organização criminosa do estado, estão em confronto com o
Primeiro Comando da Capital (PCC), que domina um dos cinco pavilhões de
Alcaçuz. Detentos das duas facções rivais estão soltos dentro da penitenciária.
Assim como tem ocorrido desde
a matança, vários detentos passaram a noite desta quarta-feira sobre os
telhados dos pavilhões. Outros fizeram fogueiras. Desde 2015, Alcaçuz não tem
grades nas celas, destruídas durante uma rebelião. Antes, elas existiam, mas
ficavam abertas (veja como é o funcionamento de Alcaçuz).
O Rio Grande do Norte foi o
terceiro estado a registrar matanças em presídios deste ano no país. Na virada
do ano, 56 presos morreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em
Manaus. Outros oito detentos foram mortos nos dias seguintes no Amazonas: 4 na
Unidade Prisional Puraquequara (UPP) e 4 na Cadeia Pública Desembargador
Raimundo Vidal Pessoal. No dia 6, 33 foram mortos na Penitenciária Agrícola
Monte Cristo (Pamc), em Roraima.
O governador do Rio Grande do
Norte, Robinson Faria, classificou o massacre em Alcaçuz como
"retaliação" ao que ocorreu em Manaus, onde presos supostamente
filiados ao PCC foram mortos por integrantes de uma outra facção do Norte do
país.
G1RN
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