Zapeando pelas mídias digitais neste domingo, me deparo com um texto muito interessante do “Blog do Barreto”. Apesar de ser extenso, resolvi republicar, pois traz uma boa reflexão sobre a cena política do RN.
Acompanhe.
Uma coisa que há anos me causa
sonolência é ler uma análise que atesta a força de um candidato majoritário no
Rio Grande do Norte a partir da quantidade de prefeitos que ele é capaz de
juntar.
É como se a eleição no Rio Grande
do Norte fosse uma gincana em que vence quem junta mais apoios de prefeitos até
o fim da eleição. Se já foi assim em algum momento eu não sei afirmar porque
nunca me debrucei para pesquisar, mas as eleições recentes mostram que ocorre
exatamente o inverso.
O fato é que as últimas eleições
majoritárias no Estado foram vencidas por alianças modestas, com baixa
quantidade de apoios de prefeitos.
Em 2014, a chapa Henrique Alves
para o Governo e Wilma de Faria para o Senado juntou em torno de si não só os
prefeitos, mas também a oposição em várias cidades no interior.
O eleitor escolheu Robinson Faria
para governar o Estado e mandou Fátima Bezerra para o Senado. Frise-se que no
segundo turno houve prefeitos que largaram Henrique para ficar com Robinson,
sentindo para onde a vitória estava indo.
Em 2018, a maioria dos prefeitos
se dividiu entre
Robinson e Carlos Eduardo Alves
para o Governo, mas o eleitor escolheu Fátima Bezerra. No segundo turno vários
prefeitos migraram o apoio a petista.
Para o Senado o mais votado foi
Styvenson Valentim que não tinha um único prefeito lhe apoiando e a segunda
mais votada e eleita foi Zenaide Maia que tinha alguns apoios entre os
alcaides, mas a maioria deles estavam com Geraldo Melo, Garibaldi Alves Filho e
Antônio Jácome. Os três ficaram bem distante dos dois eleitos.
Os fatos do passado se
materializam em números no presente.
A pesquisa DataVero divulgada no
dia 16 de agosto mostrou que 68% dos eleitores não seguem a orientação dos
prefeitos para o Governo e 67% ignoram os pedidos de votos para o Senado.
O peso dos prefeitos nas eleições
potiguares é superestimado.
Os prefeitos pesam mais em
disputas proporcionais cujo voto é mais fragmentado e a máquina ainda faz muito
a diferença. A mesma pesquisa mostrou que 25% dos eleitores seguem os prefeitos
nos votos para Governo e Senado.
Isso deve se refletir em outras
disputas e é o suficiente para fazer um deputado o mais votado na cidade tendo
em vista que se trata de uma eleição mais fragmentada pela maior quantidade de
candidatos.
Quem entendeu isso muito bem foi
o prefeito Allyson Bezerra (SD). Em Mossoró, o foco dele é nos seus candidatos
a deputado estadual e federal, deixando a majoritária em segundo plano e,
assim, se poupando de pôr as digitais em uma eventual derrota.
Para os cargos majoritários é
mais fácil o eleitor tanger o prefeito do que o inverso, principalmente quando
há segundo turno para o Governo.
Nenhum prefeito que ficar mal na
fita com os seus eleitores.
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