Na madrugada desta
quarta-feira (23), os controladores da missão Artemis 1 perderam contato com
a cápsula Orion por 47 minutos. De acordo com um comunicado da NASA,
a transmissão dos dados foi interrompida às 3h09 (pelo horário de Brasília), e
ainda não se sabe o motivo.
Ainda segundo a agência, isso
aconteceu enquanto os técnicos reconfiguravam uma ligação entre a espaçonave e
a Deep Space Network, o conjunto de
antenas de rádio que as equipes científicas usam para se comunicar com todas as
suas missões espaciais.
“A reconfiguração foi conduzida com sucesso várias vezes nos últimos dias, e a equipe está investigando a causa dessa perda de sinal”, diz o comunicado. “A equipe resolveu o problema com uma reconfiguração no lado terrestre. Agora, os engenheiros estão examinando os dados do evento para ajudar a determinar o que aconteceu, e o oficial de comando e manipulação de dados estará fazendo o downlink das informações registradas pela Orion durante a interrupção para incluir nessa avaliação”.
Eles garantem que o incidente
não causou danos à cápsula Orion, que está se preparando para uma manobra
crucial: na sexta-feira (25) ela vai usar o Módulo de Serviço Europeu,
projetado e implantado pela Agência Espacial Europeia (ESA), para realizar uma
manobra que utilizará a gravidade lunar para permitir que a espaçonave entre na
chamada “órbita retrógrada distante” na Lua.
“Retrógrada” se refere ao fato
de que a cápsula vai girar em torno da Lua no sentido oposto ao que o astro
orbita a Terra. E “distante” significa, na prática, que Orion alcançará 64 mil
km além do nosso satélite natural, o que representa o ponto mais longe no
espaço profundo que uma espaçonave de tripulação já esteve até hoje.
Depois de cerca de cinco dias
nessa órbita, a cápsula retornará para o ponto mais próximo da Lua, a 100 km de
altitude, de onde é possível observar as características distintas da
superfície lunar, incluindo suas crateras de impacto. Então, ela usará esse sobrevoo
próximo para usar a força gravitacional da Lua para acelerar de volta à
Terra.
No caminho, ela vai descartar
o módulo de serviço, para reentrar na atmosfera a 40.200 km/h. Nesse momento,
previsto para acontecer no dia 1º de dezembro, a cápsula vai experimentar
temperaturas de quase 2.800 graus Celsius, estando protegida pelo maior escudo
térmico do mundo (com cinco metros de diâmetro).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente