As mudanças climáticas têm
um grande potencial de afetar a forma como os micróbios se comportam e,
portanto, podem ter um impacto direto na liberação de novos vírus. O
derretimento de vastas parcelas de permafrost pode liberar diversos materiais
que estavam retidos no gelo há anos, inclusive uma série de organismos
microscópicos que permanecem adormecidos por centenas de milênios. Por isso, os
cientistas decidiram reviver e estudar alguns vírus que estavam congelados no
gelo da Sibéria.
Estima-se que um grupo desses
vírus tenha quase 50 mil anos de idade, um número recorde para um vírus
congelado retornar a um estado capaz de infectar outros organismos. A equipe
por trás do trabalho, justificou que o estudo desses microrganismos é
necessário porque eles representariam uma grave ameaça à Saúde Pública, caso
fossem descongelados sem supervisão.
Ao realizar culturas com esses organismos encontrados na Sibéria, a equipe provou que os vírus ainda tinham o potencial de serem patógenos infecciosos. os cientistas /também notaram que um grande número de bactérias podem ser liberadas no meio ambiente, o que seria uma situação um pouco menos preocupante graças aos antibióticos.
O vírus revivido recebeu o
nome de Pandoravirus yedoma, que indica o seu tamanho e o tipo de solo
permafrost em que foi encontrado. Os pesquisadores acreditam que há muito mais
vírus para encontrar também, além daqueles que visam apenas amebas. Muitos dos
vírus que serão liberados conforme o gelo derrete são completamente
desconhecidos para nós.
Além dos riscos diretos à
Saúde Pública, ainda existem riscos para o meio ambiente. De acordo com os
pesquisadores, esse processo de descongelamento é um potencial produtor de
gases de efeito estufa, pois a matéria orgânica que estava anteriormente
aprisionada no gelo se decompõe em gás carbônico e metano.
Olhar Digital
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