Dois novos estudos apontaram a
contribuição que os gases de efeito estufa tiveram para favorecer a
contração da atmosfera superior da Terra. Este fenômeno, que ainda fazia
parte do campo das hipóteses, foi observado pela primeira vez na ocasião.
O aumento dos níveis de gás
carbônico na atmosfera terrestre pode influenciar os esforços direcionados para
limpar o lixo espacial em órbita. De acordo com os cientistas, até certo ponto
essa redução atmosférica é normal, porém, a contribuição do CO₂ será permanente
e determinante para o quadro.
Essa situação pode aumentar o tempo de órbita dos satélites e de pedaços de detritos espaciais, pois há uma redução do arrasto atmosférico, fator que pode causar problemas para satélites mais novos e nas observações espaciais. De acordo com o cientista geoespacial Martin Mlynczak, da NASA, essa situação é boa, mas também é ruim.
Aumentar o tempo de
permanência dos satélites em órbita da Terra é ótimo por um lado, “porque as
pessoas querem que seus satélites permaneçam em pé”, porém a presença de
detritos espaciais por um tempo prolongado “provavelmente aumentará a
probabilidade de que satélites e outros objetos espaciais valiosos precisem
ajustar seu caminho para evitar colisões”.
Além dos gases produzidos pela
atividade humana e pela vida terrestre, o Sol também influencia a dinâmica da
atmosfera, pois ele não é estático. A cada 11 anos, o Sol passa por ciclos de
atividade. Neste momento, a estrela está no meio de seu 25º ciclo, iniciado em
dezembro de 2019. Cabe relembrar que o ciclo de número 24 foi excepcionalmente
moderado mesmo durante o pico da atividade solar. Foi nesse período que
Mlynczak e seus colegas mediram a contração atmosférica.
Para essa empreitada, os
pesquisadores usaram dados do satélite TIMED, da NASA, que coleta informações
sobre a atmosfera superior e fornece valores de pressão e temperatura da
mesosfera e da termosfera inferior, conhecidas como MLT. Todo esse processo
ocorreu em um período de quase 20 anos, de 2002 a 2021.
O que os cientistas perceberam
foi que com o aumento do gás carbônico, a atmosfera superior ficava mais fria,
e esse resfriamento faz com que a estratosfera se contraia. Agora os cientistas
viram que o mesmo ocorre com a mesosfera e a termosfera. “Finalmente
apresentamos essas observações neste artigo. Somos os primeiros a mostrar o
encolhimento da atmosfera como esta, em uma base global”, declarou Mlynczak.
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