Com 70% da vazão atual destinada à irrigação,
as Secretarias de Estado dos Recursos Hídricos da Paraíba e Rio Grande do Norte
deverão limitar, nos próximos 45 dias, o uso da água oriunda da Bacia
Hidrográfica do Rio Piranhas-Açu somente ao consumo humano. A medida tem como
objetivo ampliar o tempo de vida útil do Açude Coremas, localizado na cidade de
mesmo nome, na Paraíba, que ao desembocar no Rio Grande do Norte, contribui
para a perenização do Rio Piranhas-Açu que abastece, entre outros municípios,
Caicó, Jardim de Piranhas, Timbaúba dos Batistas e São Fernando, antes de
chegar à Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu.
O fim do ciclo chuvoso provocou a escassez de
água no reservatório Coremas, que atualmente está com 19% da capacidade total,
segundo levantamento da Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos da Paraíba.
Mesmo assim, a Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pela gestão do Rio
Piranhas-Açu, determinou a ampliação da vazão do volume de água que desemboca
no estado potiguar na tentativa de minimizar os efeitos da seca nas cidades
anteriormente citadas. Dos 2.400 litros por segundo, o Rio Grande do Norte
passou a receber desde o fim da semana passada, 3 mil litros por segundo do
estado vizinho.
Mesmo sem saber o volume desperdiçado no
trajeto de Coremas a Jardim de Piranhas, seja com evaporação ou até mesmo
desvio do traçado original e natural do rio Piranhas-Açu, o secretário João
Azevêdo Lins Filho destacou a necessidade de construção de uma barragem de
nível entre as cidades de Caicó e Jardim de Piranhas. “Ela evitará desperdício
e acumulará água suficiente para que seja bombeada e levada aos municípios. Não
há intenção de suspender o fornecimento de água para o RN. Queremos, somente, e
em conjunto com o Governo do Rio Grande do Norte, evitar o desperdício”, disse
ele.
O secretário de Recursos Hídricos potiguar,
Mairton França, informou que um estudo está em fase de confecção pelos técnicos
da Semarh/RN para a construção de uma barragem definitiva, que evite a saída de
água do reservatório. “O que existe hoje é uma soleira de nível, feita com
sacos de areia. O ideal é uma soleira definitiva. Até o fim do mês de julho,
teremos o projeto. Será uma obra rápida, que deverá ficar pronta até o fim de
setembro”, esclareceu. A obra da barragem definitiva deverá custar R$ 2,2
milhões financiados pela ANA. Para a construção do equipamento, deverá ocorrer
dispensa de licitação em decorrência da emergência da seca.
Tribuna do Norte
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