Além da tensão comum entre os candidatos, os estudantes da rede pública do Rio Grande do Norte, inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), têm um motivo a mais para se preocupar, já que parte do conteúdo ainda não foi vista em sala de aula, devido à greve de mais de 79 dias dos professores da rede estadual de educação.
A coordenadora pedagógica Maria da Luz Leite, da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, afirma que para tentar reduzir os danos gerados devido à greve, a escola elaborou um cronograma de aulas especiais com revisão do conteúdo.
No entanto, o cronograma não está sendo seguido na íntegra pelas turmas da manhã, por falta de estrutura, já que as aulas deveriam ser na sala de vídeo, mas não tem espaço para comportar todos os alunos desse turno no local.
A professora de Biologia Rita de Cássia confirma que os alunos tiveram grande perda com a greve e que o conteúdo está bastante atrasado.
Rita de Cássia fala que para tentar contornar os prejuízos muitos alunos recorreram a cursinhos ou buscaram estudar o conteúdo por conta própria, com o auxílio de vídeo aulas e fascículos de revisão.
A estudante Ana Luiza Alves diz estar bastante ansiosa em relação ao exame. Ela, que está estudando desde o início do ano, está entre os alunos que decidiu se matricular em um cursinho para não sentir tanto os prejuízos.
"Estou muito nervosa, principalmente, em relação às provas de Português, Geografia, porque gosto mais das matérias de cálculo. Se não fosse o cursinho, não teria dado tempo ver todo o conteúdo, porque aqui na escola está muito atrasado", explica.
O adolescente Murilo Gomes, que também está inscrito no Enem, diz estar desestimulado para as provas.
"Não tive condições de pagar pelo cursinho, por isso estou estudando por conta própria. Tem muita coisa que falta ver, e tenho algumas dúvidas em alguns assuntos que deu para estudar só", reclama.
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