
O Estado teve acesso a um conjunto
de documentos que esquadrinha o sistema elétrico. São relatórios, atas de
reunião, ofícios, auditorias e fiscalizações produzidos em 2011 e no início de
2012. Mesmo com todos esses documentos, que somam mais de 3 mil páginas, as
interrupções no fornecimento de energia elétrica continuam a ocorrer com
frequência.
No fim de semana, um apagão
atingiu parte dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Integrantes do governo minimizam as falhas no sistema.
CONTINUE
LENDO, clique abaixo.
Em julho de 2011, um problema nos
equipamentos da Comissão de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP)
provocou um apagão que chegou a interromper a operação do metrô de São Paulo.
Um técnico da empresa seguiu todos os passos previstos no manual de operações
do equipamento de proteção. Mas em ordem inversa, começando de trás para
frente. Em outras palavras, houve "operação indevida do sistema de
proteção", na visão da Aneel.
"Não há razão para imputar à
CTEEP qualquer culpa pela situação vigente", discordou a concessionária em
documento enviado à agência.
Afinal, argumentou, os relés
(equipamentos) eram modernos em 1990, quando foram adquiridos. Tratava-se,
disse a empresa, de um "envelhecimento precoce" do equipamento. A
Aneel multou a concessionária em R$ 1,25 milhão.
Peça Velha. A Companhia
Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) foi flagrada usando uma peça fabricada em
1969 e instalada em 1975. Resultado: apagão em junho de 2011, nos Estados de
Pernambuco e Bahia.
Furnas, por outro lado, deixou de
investir na modernização de sistemas de proteção de várias linhas de
transmissão estratégicas e o resultado foi um apagão em janeiro deste ano. A
ordem para as obras imediatas e urgentes saiu no Diário Oficial da União em
dezembro de 2006.
No Rio Grande do Sul, a equipe da
Aneel teve dificuldades para analisar as causas de um apagão de quase sete
horas no dia 4 de agosto do ano passado na Região Central do Estado. Os
registradores falharam.
Também houve problemas na
comunicação, que só foi restabelecida horas depois por um telefone celular, e
as baterias que alimentavam os rádios comunicadores também não funcionavam. Os
técnicos identificaram ainda operadores trabalhando sem qualquer certificação.
O apagão de 6 de setembro de 2011
entre Rio de Janeiro e Espirito Santo foi provocado por queimadas na faixa de
servidão das linhas de transmissão. A fiscalização comprovou que não houve
atuação do religamento automático por "problemas de incompatibilidade da
programação" do sistema. Furnas alegou que o religamento não havia sido
implantado por limitações impostas por para-raios.
Em dezembro de 2010, uma
interrupção nas estações Grajaú e Jacarepaguá, no Rio, levaram técnicos da
Aneel a fiscalizarem a ocorrência. O relatório mostra que o apagão foi
provocado por uma "atuação acidental": técnicos cortaram um fio, que
acabou provocando um curto circuito. Após o incidente, houve recusa da atuação
do Esquema de Controle de Emergência. Os técnicos pediram a aplicação de uma
multa de R$ 6,9 bilhões. No entanto, Furnas recorreu à Justiça e o processo
administrativo foi arquivado.
Em Manaus, a Eletrobrás Amazônia
enfrentou três apagões no início deste ano. Todos causados por raios. Em dois
casos, houve falha de manutenção. A Aneel propôs à estatal que era hora de
"realizar estudos a fim de analisar os benefícios advindos (...) da
instalação de para-raios de linha, tendo em vista a grande incidência de
descargas atmosféricas na região".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente