Risco de raiva animal é investigado pela Sesap
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Até o final do mês deve sair o
resultado dos exames feitos no cérebro de um cidadão da região Seridó para se
confirmar ou não que ele faleceu em função do vírus da raiva humana,
transmitido por um animal, possivelmente sagui. Testes de laboratório estão
sendo realizados pelo Laboratório Central (Lacen) para detectar se o animal
estava ou não contaminado com o vírus da raiva.
Caso seja confirmado, este
será o segundo caso no Rio Grande do Norte de morte humana em função do vírus da
raiva. O primeiro aconteceu há poucos anos na cidade de Frutuoso Gomes, onde um
senhor de 52 anos foi mordido por um morcego em morreu 55 dias depois. Ele não
procurou tratamento em tempo de conseguir o atendimento adequado.
Sobre o assunto, a Secretaria
Estadual de Saúde (SESA) divulgou que está intensificando as ações de
conscientização da população acerca dos riscos de se contrair a raiva através
do contato com animais silvestres como saguis e macacos-prego.
Confirma que o alerta veio
após a morte de uma pessoa com sintomas da doença na região da IV Unidade
Regional de Saúde (Ursap), com sede em Caicó.
De acordo com o Programa
Estadual de Controle da Raiva da Sesap, o resultado dos testes sai até o final
deste mês.
Segundo a subcoordenadora de
Vigilância Ambiental (Suvam) da Sesap, Iraci Nestor de Souza, a vítima era uma
trabalhadora rural que foi lesionada por um sagui.
A mesma não buscou de imediato
o atendimento médico e algumas semanas após o ocorrido ela foi internada
apresentando os sintomas da doença.
“Infelizmente isso contribuiu
de forma significativa para o agravamento do seu estado de saúde, vindo a
falecer no último mês de janeiro”, explica Iraci.
A técnica do Programa de
Controle da Raiva da Sesap, Alene Castro, destaca que no Rio Grande do Norte
ainda não foram diagnosticados casos de raiva em saguis.
No entanto, há uma grande
preocupação, pois se observa um aumento no registro de agressões de saguis e
macacos-prego em humanos, no período 2012/2013 houve um total de 147 casos,
sobretudo em áreas turísticas do Estado, onde esse tipo de animal é exposto e
tratado como doméstico, de fácil contato.
Além disso, a técnica cita o
exemplo do município de Rio do Fogo, a 35 quilômetros de Natal, onde no período
2013/2014 quatro turistas foram lesionados por saguis. Acostumados a receber
alimentos dos humanos, os bichinhos se aproximam bastante dos hotéis da região
e se tornam agressivos com os turistas que circulam expondo alimentos.
“Esses animais encontram todos
os alimentos que precisam na natureza: frutas, insetos, lagartos, flores,
cobras, entre outras. Não é preciso alimentar os animais silvestres. O contato
com os que estão em cativeiro ou em seus ambientes naturais representa uma
grande ameaça à vida das pessoas”, alerta Alene Castro.
Outra preocupação da Sesap com
relação aos primatas é o aumento no registro de casos da doença no Estado
vizinho, o Ceará.
Dos cinco casos de raiva
humana confirmados naquele Estado nos últimos sete anos, quatro foram
transmitidos por sagüis. “Como fazemos fronteira e esses animais circulam
livremente, pedimos a toda a população que fique em estado de alerta. Se a
pessoa se deparar com um animal morto ou ferido, não deverá tocar no mesmo, mas
informar imediatamente à Secretaria de Saúde de seu município ou à Unidade
Básica de Saúde. Os órgãos de saúde poderão então analisar se o animal estava
ou não contaminado, e assim combater a circulação do vírus da raiva através de
testes laboratoriais”, pontua Iraci Nestor, responsável pela Suvam.
De acordo com o Programa
Estadual de Controle da Raiva da Sesap, no período de 2005 a 2014, foram
registrados 213 casos de raiva em 61 municípios do Estado. Destes, foram 120
morcegos, 46 bovinos, 26 raposas, 8 cães, 3 gatos, 6 cavalos, 1 asinino, 1
suíno, 1 ovino e um caso de raiva em humano no município de Frutuoso Gomes. Um
agricultor de 52 anos morreu em função da doença.
A raiva é uma doença
infecciosa, transmitida pela mordida, arranhão, ou lambedura de animal
infectado em pele lesada. Se não for tratada a tempo, pode ser letal no ser
humano. Nas cidades, os principais transmissores da doença para os humanos são
os cães e gatos. Mas a captura e criação de saguis estão se tornando práticas
comuns no interior do RN, apesar de ser proibida pela Lei de Proteção à Fauna.
De fato
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