O fim de semana foi bastante agitado em quatro
unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Segundo a Coordenadoria de
Administração Penitenciária, houve fuga, descoberta de dois túneis e rebelião,
onde vários colchões foram queimados. Além disso, ainda há a suspeita de que um
detento possa estar soterrado numa das tentativas de se alcançar a liberdade.
CDP de Santa Cruz
No Centro de Detenção Provisória de Santa Cruz,
distante pouco mais de 100 quilômetros de Natal, cinco detentos escaparam pelo
telhado. De acordo com Robson Santos, diretor da unidade, a fuga aconteceu por
volta das 3h deste domingo (31). Ele confirmou que presos escaparam por uma
abertura no sistema de ventilação. O buraco só foi percebido no início da
manhã. Após a contagem dos internos, contatou-se que ausência dos presos
Francisco Viana da Silva Júnior, Felipe dos Santos Fernandes, Gilderlânio da
Silva Moreira, Juliano Confessor de Lima e Osmar Fernandes da Paz. Até a manhã
desta segunda, nenhum deles havia sido recapturado.
Cadeia publica Natal
Ainda no domingo, pela manhã, agentes
penitenciários descobriram o início das escavações de um túnel que seria usado
para uma fuga em massa no Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato
Fernandes. A unidade, que também é conhecida como Cadeia Pública de Natal, fica
na Zona Norte da capital potiguar. Enquanto o buraco era concretado, os presos
foram colocados na quadra do solário, sentados, em silencia e de cabeça baixa.
Presídio Estadual do Seridó
Também no domingo, no final da tarde, detentos
do Presídio Estadual do Seridó, que fica na cidade de Caicó, se rebelaram e
incendiaram vários colchões. O motim aconteceu dentro do Pavilhão E. Diretor da
unidade, Alex Alexandre contou ao G1 que a algazarra começou ainda durante a
visita de parentes. “Foi preciso intervenção policial para que o controle fosse
restabelecido. Como já estava escurecendo, não pudemos realizar uma revista
mais minuciosa”, frisou. Agora pela manhã, o diretor prometeu reunir reforços e
entrar na unidade para fazer um levantamento de todo o prejuízo causado pelos
presos.
No sábado (30), as atenções se voltaram para a
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, a maior unidade prisional do estado. Pela
manhã, agentes penitenciários encontraram mais um túnel escavado a partir do
Pavilhão 4 – o segundo descoberto no local em 48 horas. Alcaçuz fica em Nísia
Floresta, cidade da Grande Natal. Eider Brito, diretor da penitenciária, disse
também que os presos informaram que um detento estaria soterrado, pois parte do
túnel cedeu e desmoronou.
O preso que está sendo procurado é Anderson
Carlos Inácio do Nascimento, que é condenado por assalto e porte ilegal de arma
de fogo. "Fizemos uma contagem geral no Pavilhão 4 e notamos a ausência
dele. Ou ele conseguiu fugir ou ficou soterrado com o desabamento do túnel. E
essa segunda possibilidade, de acordo os próprios presos, é a provável",
destacou o diretor.
As buscas pelo detento foram realizadas durante
todo o domingo, mas nenhum corpo foi encontrado. Na manhã desta segunda (1º), o
trabalho de procura foi retomado.
Interdições parciais
Na quarta-feira da semana passada, dia 27, o
juiz Ricardo Arbex, da comarca de Nísia Floresta, determinou que as direções da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz e do Presídio Rogério Coutinho Madruga, que
fica anexo à Alcaçuz, não recebam novos presos até que seja retomada a
capacidade legal de cada unidade.
A Penitenciária de Alcaçuz, maior do estado,
tem capacidade para 620 presos e está atualmente com 1 mil apenados. Já o
Presídio Rogério Coutinho Madruga, tem 402 vagas e 490 apenados. Na decisão, o
juiz estabeleceu uma multa de R$ 1 mil "ao diretor do estabelecimento
prisional e ao coordenador do sistema prisional por cada apenado que ingresse
sem a devida autorização judicial".
Este ano, duas fugas já foram registradas em
Alcaçuz. Na mais recente, no dia 22 de abril, 35 presos escaparam por um túnel
encontrado a menos de 10 metros de uma das guaritas. Antes, no dia 6, outros 32
detentos já haviam fugido por um túnel escavado a partir do Pavilhão 2.
G1 RN
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