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Dilma e o ministro chefe da
Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, se reuniram com o secretário-geral
da OEA, Luis Almagro (Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo)
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A Advocacia-Geral da União
(AGU) entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta
terça-feira pedindo a anulação do processo de impeachment contra a presidente
Dilma Rousseff que tramita no Congresso Nacional. Segundo o advogado-geral,
José Eduardo Cardozo, houve irregularidade na condução do processo na Câmara,
por ter sido guiado pelo presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cardozo argumenta que, na semana passada, o STF afastou Cunha do cargo devido à
conduta imprópria do parlamentar.
“A condução, por Eduardo
Cunha, do procedimento na Câmara dos Deputados destinado ao exame da
admissibilidade da denúncia em desfavor da senhora presidenta da República,
restou eivado de vícios decorrentes de desvio de finalidade, refletindo na
nulidade absoluta do vergastado processo”, escreveu Cardozo.
Segundo o advogado-geral, deve
ser considerado nulo o ato de recebimento parcial da denúncia, os atos
decorrentes do recebimento e a decisão tomada pelo plenário da Câmara, “em
decorrência de manifesto desvio de poder”.
A estratégia foi discutida
durante toda a manhã pela equipe de defesa da presidente, chefiada por Cardozo.
O cenário mudou desde a decisão do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que voltou
atrás na anulação das sessões do impeachment e tornou a votação válida outra
vez. Ainda de madrugada, a equipe de defesa passou a discutir possíveis novas
medidas para, se não derrubar, ao menos retardar a votação do Senado. A
avaliação é de que, uma vez que os senadores votem a matéria em plenário,
culminando com o afastamento de Dilma por até 180 dias, as chances de reverter
a cassação ficam praticamente inviáveis.
O governo contava com o
presidente do Senado, Renan Calheiros, para atrasar um pouco o cronograma
estabelecido na Câmara após Waldir Maranhão decidiu anular as sessões da Câmara
que resultaram na autorização para o Senado julgar a presidente Dilma. No
entanto, Renan ignorou o ato do presidente interino da Câmara e manteve o rito
estabelecido, que prevê a votação para esta quarta-feira. Com isso, resta ao
governo judicializar o processo. Alguns parlamentares governistas aventam a
possibilidade de recorrer até a Corte Interamericana de Direitos Humanos, da
qual o Brasil faz parte.
Pela manhã, o secretário-geral
da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, esteve
com Dilma no Planalto e disse que consultará a Corte Interamericana de Direitos
Humanos para verificar se há "cerceamento" democrático no Brasil
— Não tivemos respostas
jurídicas contundentes — disse Almagro, que completou: — Nós temos que fazer
uma consulta jurídica à Corte Interamericana de Direitos Humanos quanto à
proteção de direitos nesse caso, se houve cerceamento à função da democracia.
O Globo
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