O Senado marcou para a tarde
desta terça-feira (10) a sessão para votar o processo do senador Delícidio do
Amaral (sem partido-MS). Nesta segunda (9), a Comissão de Constituição e
Justiça deu aval para a Casa votar o parecer, elaborado no Conselho de Ética,
que pede a cassação do mandato do senador. Para que Delcídio perca o mandato,
são necessários 41 votos dos colegas contra ele (o Senado tem 81 senadores). A
votação será aberta, que é quando os votos não são dados em sigilo.
Delcídio do Amaral responde a
processo por quebra de decoro parlamentar por tentar obstruir as investigações
da Lava Jato. Ele foi preso em novembro de 2015, pela Polícia Federal, sob
acusação de oferecer R$ 50 mil mensais à família de Nestor Cerveró para tentar
convencer o ex-diretor da área internacional da Petrobras a não fechar um
acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
O senador ficou 87 dias na
cadeia, em Brasília, mas foi solto em fevereiro após fechar acordo de delação
premiada. Desde que saiu da prisão, Delcídio não voltou à atividade
parlamentar. Ele emendou sucessivos pedidos de licença. O primeiro foi em 23 de fevereiro. Em um
desses pedidos, de licença médica, o senador se submeteu a uma cirurgia.
Delcídio no Senado
Para tentar evitar a sua
cassação, Delcídio do Amaral apareceu no Senado nesta segunda-feira pela
primeira vez desde que foi preso na Lava Jato. Ele prestou depoimento à CCJ,
pediu "desculpas" pelo constrangimento que causou aos pares e afirmou
que é "acusado de obstrução de Justiça", mas que isso não é um crime
grave. "Eu não roubei, não desviei dinheiro, não tenho conta no exterior.
Estou sendo acusado de quê? De obstrução de Justiça", disse.
"E obstrução de Justiça
quando eu, como líder do governo, inadvertidamente, volto a repetir, peço
desculpas, errei, mas agi a mando", afirmou o senador, sem explicar quem
ordenou que ele obstruísse a Justiça.
Depois, em entrevista a
jornalistas, Delcídio disse que, como era líder do governo, agia sob ordens da
presidente da República, Dilma Rousseff, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Ele também criticou a "celeridade" do processo no Conselho de
Ética.
G1
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