A taxa de fecundidade do país
caiu de 6,16 filhos por mulher para apenas 1,57 filhos em pouco mais de sete
décadas – de 1940 para 2014. Em contrapartida, a expectativa de vida da
população aumentou 41,7 anos em pouco mais de um século. Em 1900, a expectativa
de vida era de 33,7 anos, dando um salto significativo em pouco mais de 11
décadas, atingindo 75,4 anos em 2014.
Estas e outras constatações
fazem parte do livro Brasil: uma visão geográfica e ambiental do início do
século XXI, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está
lançando hoje (29). Segundo o órgão, a publicação tem por objetivo “ampliar o
conhecimento das alterações ocorridas no território brasileiro como resultado
das transformações econômicas, demográficas, políticas e ambientais nas últimas
décadas”.
Dividido em nove capítulos, a
obra – escrita por pesquisadores do IBGE e organizada pela geógrafa Adma Hamam
de Figueiredo – aborda pontos relevantes da realidade contemporânea,
reinterpretados pela análise geográfica, ao mesmo tempo em que atualiza a
edição anterior, lançada em 1995.
Transformação
A abordagem é sobre a formação
territorial e demográfica do país, da relação entre geografia e urbanização, da
ocupação do território pela agropecuária, do desenvolvimento local e da
diversidade cultural, dando maior visibilidade à formação territorial e demográfica
à partir do inicio do século passado.
Os dados destacados acima
fazem parte do capítulo 2 da publicação, onde os técnicos do instituto procuram
traçar um breve histórico do processo demográfico, onde faz uma reflexão tanto
sobre a transição da fecundidade no país nas últimas décadas quanto sobre a
evolução das taxas de mortalidade e de expectativa de vida no período.
Na avaliação do IBGE, essa
“radical transformação do padrão demográfico corresponde a uma das mais
importantes modificações estruturais verificadas na sociedade brasileira, com
reduções na taxa de crescimento populacional (de 2,01% entre 1872 e 1890 para
1,17% entre 2000 e 2010) e alterações na estrutura etária, com crescimento mais
lento no número de crianças e adolescentes (cujo percentual era de 42,6% em
1940, devendo chegar a 14,1% em 2050), paralelamente a um aumento da população
em idade ativa e de pessoas idosas (4,1% em 1940, com projeção de 29,4% para
2050).
Povoamento
No primeiro capítulo do livro,
os responsáveis pela publicação procuram abordar o processo de povoamento e
construção regional, apontando os caminhos que levaram à unidade territorial do
país, através da noção de modernização, desenvolvimentismo e de projeto
nacional.
A conclusão é que a marcha do
povoamento mantém, ainda nos dias atuais, a divisão geográfica historicamente
estabelecida entre o litoral “mais densamente ocupado” e o interior, “onde as
áreas adensadas são definidas por eixos, hidrovias e adensamentos urbanos”.
Nesse aspecto, a análise sobre urbanização aborda legislação e empresas de
serviços avançados.
Municípios
“A delimitação dos espaços
urbanos, analisada no capítulo 3, mostra que, no Brasil, os critérios para
demarcação desses espaços têm sido estabelecidos em termos legais, “o que os
torna passíveis de influência da conjuntura política”.
Inevitavelmente, isso leva à
constatação de uma outra forma de expansão desses espaços: as emancipações
municipais, que criam novas cidades, tema que produz intensas discussões,
especialmente no que tange aos aspectos financeiros dela decorrentes.
Nesse aspecto, segundo o IBGE,
houve uma enorme ampliação tanto do número de cidades quanto no tamanho da
população. Em 1940, o número de cidades era de menos de duas mil, número que
passou para 5.565 em 2010.
Território
O capítulo 5 centra as
análises na questão territorial descrita pela ótica da ocupação agrícola e da
diversidade ambiental. Sob o subtítulo Evolução do espaço rural brasileiro, o
capítulo abrange o período de 1940 a 2006, épocac em que, segundo os técnicos,
“a estrutura e a configuração do processo produtivo agropecuário se consolidam
no território brasileiro”.
A analise é que em todo esse
período houve a persistência de uma estrutura fundiária de concentração
extrema, em que a grande produção monocultora predominou, a despeito de
diversas iniciativas de apoio à pequena produção.
O capítulo procura traçar um
amplo panorama da trajetória geográfica do processo de ocupação do espaço rural
brasileiro e abordar a evolução do número e do tamanho dos estabelecimentos
rurais, bem como a utilização de terras, considerando as áreas das principais
atividades produtivas, o total de pessoas ocupadas, o número de tratores e os
efetivos da pecuária, sobretudo bovinos.
Agência Brasil
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