Presos da Penitenciária
Estadual de Alcaçuz, maior presídio do Rio Grande do Norte, entraram em batalha
campal na manhã desta quinta-feira (19). Após subirem em telhados dos
pavilhões, membros de duas facções partiram para o confronto. Pedras, barras de
ferro e vigas de madeira são arremeçadas de um lado a outro. Há informação de
feridos. A Polícia Militar está na área externa da unidade. Do alto das
guaritas, policiais fazem disparos na tentativa de conter a confusão.
O repórter Ítalo Di Lucena, da
Inter TV Cabugi, está na área externa de Alcaçuz. Ele informa que há fumaça na
parte interna, barulhos de tiros e de quebra-quebra no local. Por volta das 10h
o helicóptero Potiguar I chegou ao local para auxiliar na operação. É possível
ver detentos aparentemente feridos sendo transportados em carrinhos de carga.
Na quarta-feira (18), 220
membros da facção criminosa Sindicato do RN foram retirados de Alcaçuz, para evitar o confronto com presos
do Primeiro Comando da Capital (PCC) estão no presídio. Ainda há, entretanto,
membros do Sindicato no local, além de detentos que não são ligados a nenhuma
facção.
No último fim de semana uma
rebelião de mais de 14 horas em Alcaçuz deixou 26 mortos. Destes, 15 foram
decapitados. Cinco presos identificados como chefes da facção que comandou o
massacre do fim de semana foram retirados de Alcaçuz para prestar depoimento e
serão transferidos para outros presídios. Nesta terça (17) o governador
Robinson Faria disse, em Brasília, que a situação estava sob controle.
A Secretaria de Segurança
Pública e Defesa do Rio Grande do Norte (Sesed) tem mantido contato com líderes
de facções criminosas para tentar retomar nesta semana o controle da
penitenciária estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. A negociação está sendo
feita com integrantes do PCC, uma das facções que domina o presídio.
Desde a última terça-feira
(17) os detentos montaram um verdadeiro cenário de guerra na unidade. As duas
facções estão divididas no espaço que liga os pavilhões. Do lado esquerdo,
perto do pavilhão 4, estão os integrantes do Sindicato do RN e, do lado
direito, os do PCC. Armados com barras de ferro, paus e pedras, eles montaram
barricadas com grades, chapas de ferro dos portões, armários e colchões.
Inaugurada em 1998 com foco na
"humanização", a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte,
está sem grades nas celas desde uma rebelião em março de 2015. Resultado: os
presos circulam livremente e os agentes penitenciários se limitam a ficar
próximos à portaria.
O governo do Rio Grande do
Norte não descarta novos confrontos entre as duas facções que estão na
Penitenciária de Alcaçuz. No final de semana, 26 pessoas morreram durante uma
rebelião no local.
"É possível confronto? É
possível confronto porque temos 1.500 presos lá dentro e a polícia vem fazendo
a separação desses presos", disse nesta terça-feira (17) Wallber
Virgolino, secretário da Justiça e Cidadania (Sejuc) do Rio Grande do Norte. O
complexo, no município de Nísia Floresta, na Grande Natal, tem capacidade para
620 presos.
G1RN
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