
Depois de horas de espera
desde que foi aberta a primeira sessão do dia na Câmara, o presidente da Casa,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a ameaçar encerrar a segunda sessão aberta para
analisar a acusação apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Para evitar o encerramento e
forçar o registro da presença dos deputados em plenário, a base aliada
apresentou um requerimento de adiamento da votação, que foi rejeitado pela
maioria dos presentes. Para começar a votação da denúncia, era necessário ter
pelo menos 342 deputados, o que equivale a dois terços do total de 513
parlamentares da Casa, conforme determina a Constituição Federal para votações
de processo de investigação contra presidente da República.
A dificuldade para alcançar o
quórum mínimo se deu por causa da estratégia da oposição de não registrar
presença em plenário com o objetivo de postergar a votação e expor ainda mais o
governo. A ausência de alguns deputados de partidos da base aliada também
contribuiu para o desgaste.
Desde o fim da manhã,
integrantes da base de apoio ao governo Temer se revezaram na tribuna para
chamar os deputados que registraram presença na Câmara, mas não o fizeram no
plenário. “Os deputados se escondem debaixo do tapete e nos grandes corredores
deste Parlamento com medo de tomarem uma decisão. Se entendem que o melhor pata
o país é a continuidade da denúncia, pois que venham aqui e cumpram com sua
obrigação e façam valer o seu voto. O que não pode é essa omissão”, criticou o
deputado Hiran Gonçalves (PP-RR).
Relatório e defesa
Pela manhã, o relator da
denúncia, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), e os advogados de defesa dos
acusados se manifestaram contra a acusação elaborada pela PGR. Em seguida, seis
deputados da base governista debateram a matéria, mas, por falta de inscritos,
principalmente da oposição, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
encerrou a discussão.
Alguns parlamentares pediram
para que Maia iniciasse a votação com quórum comum de 257 parlamentares em
plenário, mas o presidente negou com o argumento de que se comprometeu em
manter o rito da primeira denúncia.
Depois de mais um tempo de
espera, faltando pouco mais de 20 deputados para atingir o quórum, o presidente
mudou o tom e ameaçou encerrar a sessão caso os ausentes não se apresentassem.
“A gente não pode ficar estendendo isso por oito horas. A sessão fica aberta
prejudicando o trabalho da Câmara. Eu não vou esperar a vida inteira. Eu já
esperei uma sessão inteira. Estou aqui desde as 9 h da manhã”.
Agência Brasil
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