Foto: Marcelo Camargo/Arquivo
Agência Brasil
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O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) identificou que em 308 cidades do Brasil o
número de eleitores é maior que o de habitantes, considerando a estimativa
populacional. Metade dos municípios onde ocorre a inversão está em Minas
Gerais, no Rio Grande do Sul e em Goiás e todos são de pequeno porte, segundo
levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Em todo o país estão aptos
para votar 146,8 milhões de eleitores, o que corresponde a 70,4% da população
brasileira, de 208,5 milhões. Os menores colégios eleitorais do país estão em
cidades com menos ou pouco mais de mil habitantes.
O município com menor número
de eleitores é também o menor do país em habitantes: Serra da Saudade (MG), com
941 para 786 habitantes.
De acordo com a pesquisa da
CNM, a maior diferença entre o eleitorado e a população residente ocorre em
Canaã dos Carajás (Pará). A cidade tem 3.805 eleitores a mais que habitantes.
Em Severiano Melo (RN), Cumaru (PE) e Maetinga (BA), a disparidade entre
eleitores e residentes também é maior do que 3,2 mil.
Números
Em relação aos municípios que
têm menos eleitores entre os habitantes, Balbinos (SP) é o primeira do ranking,
com 5.532 habitantes e eleitorado de apenas 1.488. Em seguida, a proporção de
eleitores em relação ao número de habitantes abaixo de 30% ocorre em cidades do
interior do Pará: Água Azul do Norte, São Félix do Xingu e Ulianópolis.
As capitais representam os
maiores colégios eleitorais. Em números absolutos, São Paulo lidera a lista com
9 milhões de eleitores, o que representa cerca de 6% do total brasileiro. Em
seguida, vêm o Rio de Janeiro, com 4,8 milhões de eleitores (3,3,e Brasília,
com cerca de 2 milhões de eleitores (1,42%).
Análise
O levantamento da
confederação, baseado nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
ressalta que as diferenças ocorrem pela distinção entre os domicílios eleitoral
e civil, o que permite que o eleitor more um uma cidade e vote em outra.
A concentração de eleitores em
locais com maior atividade econômica e migração constante de grupos
populacionais, como ciganos e assentados, também contribui para a diferença,
segundo a CNM
“Morar numa cidade e votar na
outra é possível, não é fraude. Não tem má-fé aí. São várias situações. São
todos municípios de pequeno porte”, afirmou o presidente da CNM, Glademir
Aroldi.
Ele disse que há situações em
que os jovens saem para estudar em outras cidades, mas mantêm o domicílio
eleitoral no município de origem. “Há muitas cidades litorâneas onde a pessoa
acaba adquirindo imóvel, mas reside e trabalha em outra, e com o tempo
transferiu o título pra lá também”, observou.
Queixas
Outro motivo apontado por Aroldi
é o fato de que o número real de habitantes de algumas cidades pode estar
subestimado. O próximo censo do IBGE está previsto para ser feito em 2020, e a
estimativa mais recente do instituto foi baseada no censo anterior, de 2010.
“Há reclamações de prefeitos
de que o censo do IBGE não foi feito [em algumas dessas cidades]. A população
pode estar subestimada, muitos municípios alegam isso. O município diminuiu no
último censo feito pelo IBGE, mas a população pode não ter diminuído ou ter
aumentado alguma coisa”, reagiu Aroldi.
Para a CNM, equívocos como
esses têm impactos para a população e o município. “Isso traz prejuízos enormes
para o município porque os programas e recursos do governo federal são
distribuídos de acordo com o número de habitantes”, disse Aroldi.
Agência Brasil
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