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Manchas de óleo vistas na
areia da praia — Foto: Lucas Landau/Reuters
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As manchas de óleo que
contaminam o litoral brasileiro desde o final de agosto chegaram a 720
localidades. O dado é do último levantamento do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), divulgado nesta
quinta-feira (21).
Ao todo, 72% dos municípios do
litoral nordestino foram contaminados desde o início do desastre ambiental. Das
117 cidades afetadas, 112 estão no Nordeste e 5 no Espírito Santo, primeiro
estado do Sudeste atingido pelas manchas. Segundo o IBGE, existem 156
municípios no litoral nordestino.
O óleo já afetou 141 animais
na costa, de acordo com outro balanço do Ibama, publicado na quarta (20).
Desses, 100 foram localizados mortos e apenas 41 sobreviveram. As tartarugas
marinhas são as mais atingidas: 96 tartarugas, de diferentes espécies, foram
contaminadas.
A investigação para determinar
a origem do óleo que contamina as praias brasileiras ainda não foi concluída.
Até o momento, ninguém foi indiciado pela Polícia Federal, que acompanha o
caso.
Investigação federal
A busca pela origem do
material que contamina a costa foi alvo de críticas de ambientalistas, que
avaliam que o governo demorou a agir. As primeiras manchas de óleo foram
localizadas na Paraíba no dia 30 de agosto.
Segundo órgãos federais, a
substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a
vida de animais marinhos e causado impactos nas cidades litorâneas.
Uma investigação da Polícia
Federal aponta que o navio grego Bouboulina é o principal suspeito pelo
vazamento. A embarcação carregou 1 milhão de barris de petróleo Merey 16 cru no
Porto José, na Venezuela, no dia 15 de julho e zarpou em direção à Malásia,
passando pelo litoral da Paraíba no dia 28 de julho.
A empresa Delta Tankers,
responsável pelo navio, afirma ter provas de que o Bouboulina não tem relação
com o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira junto com
responsáveis por outras quatro embarcações de bandeira grega.
Na última sexta-feira (15) a
consultoria americana SkyTruth publicou um artigo dizendo que não concorda com
a análise que chegou ao Bouboulina. A organização, especializada em monitorar
os oceanos por meio de imagens de satélite, disse que não viu "nenhuma
evidência convincente de manchas ou fontes de óleo nas imagens" e que
"não concorda" com as análises publicadas "por outras pessoas
que alegam ter resolvido o mistério."
Dentre os cinco navios gregos
notificados pela Marinha do Brasil na investigação sobre o vazamento de óleo,
dois não transportaram petróleo da Venezuela no período de julho até setembro.
A Petrobras disse, no último dia 25, que o material encontrado nas praias
nordestinas é petróleo bruto originário de três diferentes campos da Venezuela.
G1
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