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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Jean Paul Prates confirma saída do PT e negocia filiação até a partidos do ‘centrão’: “Vou-me embora”

Jean Paul Prates trabalha me pré-candidatura ao Senado. Foto: José Aldenir / Agora RN


O ex-senador e ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates confirmou que deixará o Partido dos Trabalhadores, legenda na qual militou por mais de dez anos. Em entrevista à CartaCapital, ele afirmou manter conversas avançadas com MDB e PDT, partidos pelos quais pode disputar uma vaga no Senado em 2026.

 

Segundo Prates, a decisão não tem relação com sua saída da Petrobras, determinada pelo presidente Lula no ano passado, mas com o que considera a perda de participação interna no PT potiguar. “Fui senador, presidi a Petrobras, e ainda assim não houve consulta. Meu ponto não é buscar espaço para mim, mas defender que o processo de escolha de candidatos seja participativo, inclusive com as bases”, disse. “Pensei que no PT esta seria a regra. Como não foi, vou-me embora para outro lugar que seja assim.”

 

O ex-senador explicou que sua desfiliação seguirá três etapas: “A primeira é agradecer e me despedir com uma carta honesta e emotiva, inclusive. Depois, vou fazer a escolha da legenda que nós vamos abraçar e ajudar a construir. E, em terceiro estágio, lá mais para frente, com a legenda, do mesmo jeito que eu tô preconizando que se faça aqui hoje pelo PT, discutir a possibilidade de uma candidatura.”

Prates também voltou a falar sobre sua saída da Petrobras. Ele atribuiu o episódio a “divergências técnicas” com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). Apesar disso, garante que não há mágoa em relação ao presidente Lula: “Com o presidente Lula, a relação continua ótima, não há problema nenhum. Ele reconheceu em diversos momentos, inclusive durante discussões sobre outros assuntos, que eu estava certo, mas que havia uma situação política que ele precisava contemporizar.”

 

O ex-presidente da estatal, no entanto, criticou a atual condução do setor energético. “Hoje, há uma crise gigantesca acontecendo, que muita gente evita admitir. […] Virou uma espécie de quermesse de megawatts: quem se aproxima mais do ministro, quem tem a voz mais alta, quem faz o lobby mais eficiente leva seus interesses, e os outros se organizam para sobreviver à sombra”, afirmou.

 

Sobre a gestão de Magda Chambriard à frente da Petrobras, Prates avaliou que a empresa mantém a estratégia delineada em sua administração, mas lamentou decisões que considera equivocadas, como o foco na produção de etanol e o adiamento da entrada no segmento de energia eólica offshore. “Anunciar que ficaria fora desse segmento até 2035 não era necessário, a empresa poderia continuar avançando nesse sentido sem comprometer seus investimentos em pré-sal, petróleo ou gás”, criticou.

 

Em relação ao cenário eleitoral de 2026, Prates considera Lula favorito, mas alerta para a possibilidade de a oposição lançar vários nomes. “A estratégia deles provavelmente será lançar cinco candidatos contra Lula. Em um debate, será difícil lidar com todos ao mesmo tempo. […] Essa estratégia de múltiplos candidatos tem sido usada globalmente, criando um ‘caos cognitivo’, que até um político experiente como Lula precisa gerenciar.”

 

Jean Paul critica “Raimundocracia” no PT


Jean Paul Prates já havia criticado a forma como o PT potiguar tem conduzido a escolha de seus candidatos. Em entrevista ao programa Central Agora RN na última quarta-feira 24, ele afirmou estar “decepcionado” com o distanciamento entre o discurso de democracia interna e a prática atual, que chamou de “Raimundocracia”.

 

“Quando se lança candidato sem discutir com a base, quando a gente não debate mais, não se reúne para isso, quando a gente faz uma eleição para presidente nacional lindíssima, mas logo depois começa-se a escolher candidato sem nenhum processo decisório participativo, eu começo a desconfiar do discurso e da prática”, disse ele, ao jornalista Tiago Rebolo.

 

Segundo Prates, o secretário-chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves, é quem centraliza as definições dentro do partido. “O partido, neste aspecto da escolha de candidatos, é comandado por Raimundo Alves. Raimundo é o comandante do PT. Depois que ele dá aquela entrevista definitiva, todo mundo, imediatamente, sai obedecendo aquilo e fazendo exatamente como ele planeja.”

 

Ele lembrou que, em 2022, foi preterido na disputa pelo Senado em favor de Carlos Eduardo Alves (PSD), decisão que considera equivocada. “Foi, aliás, a única cadeira que migrou do campo progressista para o conservadorismo e para a direita do Senado, das 81 cadeiras que foram submetidas à sufrágio naquela eleição. A única que nós perdemos para a direita foi a de Jean para Rogério Marinho.”

 

O ex-senador disse ainda que tem sido desconsiderado nas articulações recentes, mesmo após colocar seu nome à disposição para 2026. “É como se tivesse um recado: ‘olha, se toca que você não está mais na crista da onda, a gente não precisa de você para nada’.”

 

Apesar das críticas, Prates afirmou que mantém diálogo com a governadora Fátima Bezerra, mas considera cada vez mais difícil permanecer no partido. “Cada vez é mais difícil me convencer de que essa decepção com a forma de escolher candidatos está errada. Fica difícil, porque os atos se repetem.”

 

Ele concluiu dizendo que não depende de mandatos para seguir sua trajetória: “Não vivo da política, não faço questão de ter espaço em chapa para eventualmente ter mandato. Eu vivo do meu trabalho profissional. Então, se um partido que eu estou não pensa dessa forma, eu talvez tenha que procurar um que pense dessa forma.”


AgoraRN

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