A definição da potencial venda
do shopping Midway Mall, em Natal, pode ficar só para o segundo semestre de
2026. Isso se deve à necessidade de análise e aprovação da transação pelo
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em razão do porte das empresas
envolvidas no negócio. De acordo com o Cade, o prazo para essa averiguação é de
240 dias a partir da protocolização do pedido, que foi feito pela Riachuelo,
detentora do shopping, na última sexta-feira (7). Com isso, o tempo estipulado
para a resposta pode ir até 5 de julho do ano que vem.
A potencial transação leva em consideração a totalidade das quotas
representativas do capital social do Midway Mall e Midwest Estacionamento. As
sociedades seriam vendidas para a Capitânia Investimentos, gestora de fundos
sediada em São Paulo, e outros eventuais coinvestidores minoritários. O
comunicado foi feito pela Guararapes, que tem a Riachuelo como subsidiária.
Em resposta à TRIBUNA DO NORTE, o Cade informou que não há processo público relacionado à operação. “Isso ocorre porque ou o processo ainda não foi notificado ao Cade ou por ser de acesso restrito”, explicou o órgão por meio de nota. O Cade é uma autarquia federal e tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, atuando de forma preventiva ao analisar fusões e aquisições, e de forma repressiva ao investigar e punir práticas anticompetitivas, como cartéis. Ele também atua para educar e disseminar a cultura da livre concorrência.
Questionado sobre a potencial
venda do Midway, o Cade informou que, de forma geral, devem ser notificadas as
operações entre empresas de qualquer setor da economia quando, no ano anterior
à operação, pelo menos um dos grupos envolvidos tenha registrado faturamento
bruto anual ou volume de negócios total no Brasil igual ou superior a R$ 750
milhões, e outro grupo envolvido tenha registrado R$ 75 milhões ou mais.
Além dos 240 dias iniciais
para análise do pedido de venda, o prazo pode ser prorrogado uma única vez, por
até 90 dias, caso o Tribunal do Cade justifique a necessidade da extensão e
indique as medidas adicionais a serem adotadas para o julgamento.
A Capitânia Investimentos,
gestora de recursos que administra o fundo que negocia a compra do Midway Mall,
já é responsável por um fundo imobiliário com nove shoppings distribuídos em
três estados. Também na região Nordeste, o único é o Iguatemi Fortaleza, na
capital cearense, com terreno de 190.786 m² e Área Bruta Locável (ABL) de
90.165 m² – disponível para aluguel.
Do portfólio da gestora,
outros seis shoppings estão no estado de São Paulo e dois no Rio Grande do Sul.
São eles: Iguatemi Alphaville – Barueri/SP; Catarina Fashion Outlet – São
Roque/SP; Shopping Metrô Tatuapé – São Paulo/SP; Shopping Boulevard Tatuapé –
São Paulo/SP; Parque Shopping Dom Pedro – Campinas/SP; Shopping Pátio Paulista
– São Paulo/SP; Shopping Praia de Belas – Porto Alegre/RS; Fashion Outlet Novo
Hamburgo – Novo Hamburgo/RS.
A soma total da ABL dos nove
shoppings é de 438.919 m². A do Midway, por exemplo, é de 66,2 mil m². Conforme
apurado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, em setembro, o fundo de
investimento imobiliário gerido pela Capitânia tinha participação média de 7,8%
nos empreendimentos.
Fundado pelo empresário
potiguar Nevaldo Rocha, o Midway Mall é o maior shopping do RN e foi inaugurado
em 27 de abril de 2005, após investimentos que, na época, custaram R$ 130
milhões. Situado entre as avenidas Nevaldo Rocha e Senador Salgado Filho, o
shopping está em uma localização privilegiada na cidade, podendo receber
públicos das quatro zonas da capital. O terreno onde foi construído o
empreendimento é o mesmo onde antigamente funcionava uma das fábricas da
Guararapes.
Portfólio
Lista de shoppings do fundo
imobiliário gerido pela Capitânia
(Shopping – Administrador – Cidade)
Iguatemi Fortaleza – JCC –
Fortaleza/CE
Iguatemi Alphaville – Iguatemi
– Barueri/SP
Shopping Praia de Belas –
Iguatemi – Porto Alegre/RS
Fashion Outlet Novo Hamburgo –
Iguatemi – Novo Hamburgo/RS
Tribuna do Norte
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