Mulher foi amarrada numa árvore numa região de
mata fechada. Chamas atingiram as pernas da vítima, que foi socorrida em estado
de choque para o hospital.
Foto: Gilmar Santos/Inter TV Cabugi
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Ainda de acordo com a Polícia Civil, o atentado
aconteceu em Nova Parnamirim, bairro de Parnamirim, também na Grande Natal.
Três homens encapuzados a abordaram quando ela desceu de um ônibus e a levaram
para um matagal nas imediações da avenida Maria Lacerda Montenegro. Já
amarrada, ela contou que um dos homens recebeu uma ligação telefônica dando a
ordem para que ela fosse queimada. A mulher lembra, inclusive, ter ouvido o
homem dizer: “Você vai queimar bem devagar, que é pra ver como o inferno é
quente”.
Espancada, ela foi amarrada numa árvore. Os três homens atearam fogo na vegetação e foram embora. Uma moradora da vizinhança, viu o fogo se espalhando e ouviu a mulher gritando por socorro. Essa pessoa chamou a polícia, que chegou a tempo de salvar a vítima. Uma equipe do Samu levou a mulher ao Hospital Regional Deoclécio Marques, onde ela recebeu atendimento. Ainda de acordo com a polícia, a irmã de Francisco recebeu alta médica e permanece sob proteção de uma escolta armada.
Testemunha-chave
As investigações revelam que a irmã de
Francisco de Assis deveria ter sido morta como queima de arquivo, pois foi
justamente ela quem o entregou à polícia. Em depoimento, dado logo após a
chacina, a mulher relatou que o irmão a vinha ameaçando fazia alguns meses por
conta de uma casa. De acordo com o relato, Francisco quer que a irmã saia do
imóvel para que ele fique com a residência.
Numa tentativa de se defender, a mulher disse
que daria queixa à polícia contando das ameaças e que ainda chamaria uma das proprietárias
do bordel para que esta testemunhasse contra Francisco. O inquérito também
revela que o comerciante seria o responsável pelo abastecimento do prostíbulo,
fornecendo bebidas, cigarros e drogas. Além disso, Francisco também teria uma
participação nos lucros do negócio, recebendo uma parte do dinheiro pago pelos
programas das garotas. Contudo, segundo o delegado Normando Feitosa, a gerente
da casa estaria cobrando um determinado valor pelos programas, mas não estaria
repassando o valor combinado.
Motivações
Insatisfeito em estar sendo passado para trás,
e já sabendo que a gerente do prostíbulo poderia ser a pessoa que viesse a
testemunhar contra ele no caso das ameaças pela disputa do imóvel da irmã,
Normando acredita que estes dois fatos motivaram a chacina. “Sentindo-se
acuado, ele teria planejado e dado a ordem para que a gerente fosse morta. Como
havia outras mulheres no local, todas acabaram assassinadas”, acrescentou.
“A princípio estamos trabalhando com essas
informações. As mulheres foram assassinadas na madrugada. Assim que o dia
amanheceu e a irmã do Francisco soube da chacina, ela ficou com muito medo e
nos procurou para entregar o irmão. A Justiça concedeu o mandado de prisão e
ele foi detido. Agora estamos tentando chegar aos criminosos que executaram as
mulheres no bordel e também aos homens que tentaram matar a irmã do Francisco,
que está sob proteção policial”.
Prisões
Francisco de Assis Júnior, o comerciante
mantenedor do prostíbulo, foi preso na manhã desta sexta-feira (17) ao se
apresentar na Delegacia de Macaíba. Ele foi intimado a comparecer à DP por
conta da queixa de violência doméstica que a irmã dele prestou. Como a polícia
já tínha em mãos um mandado contra ele no caso da chacina, assim que ele chegou
recebeu voz de prisão.
Após a prisão, agentes foram à casa do suspeito
e fizeram uma busca. No local foi apreendido um aparelho celular que contém
imagens da chacina e das cinco mulheres mortas. O delegado revelou que o
telefone pertence à mulher de Francisco de Assis. “Há algum interesse dela ou
mesmo do próprio marido nesta história. E isso nós também vamos descobrir”,
ressaltou o delegado. A prisão de Francisco foi a segunda referente ao caso. Na
noite da quinta (16), um homem foi preso em Itajá também apontado como suspeito
de envolvimento no crime.
A chacina
A chacina aconteceu na madrugada da
quarta-feira (15) no município de Itajá. Quatro homens armados e encapuzados
entraram no local onde funcionava um prostíbulo e efetuaram os disparos. As
cinco mulheres que estavam na casa foram mortas com tiros na cabeça. Dois
corpos foram encontrados em uma sala, outros dois na cozinha e a quinta vítima
foi morta no banheiro de uma suíte. Não havia clientes no prostíbulo no momento
do crime.
Foram mortas Patrícia Regina Nunes, de 37 anos,
natural de Natal (gerente do prostíbulo), Antônia Francisca Bezerra Vicente, de
32 anos, natural de Upanema, e Maria da Conceição Pedrosa, de 21 anos, Maria
Daiane Batista, de 20 anos e Cássia Rayane Santiago Silva, de 17 anos, naturais
de Assu. As vítimas foram reconhecidas por familiares no Instituto
Técnico-Científico de Polícia (Itep).
G1 RN
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