Spielberg, cidade sede do GP da Áustria, tem um
nome sugestivo. Remete ao universo do cinema, embora nada tenha a ver com o
famoso diretor americano Steven Spielberg. Mas ao contrário dos grandes
clássicos da sétima arte, o destino do vencedor neste domingo foi resolvido
logo no começo. Bastou uma curva para Nico Rosberg deixar o pole position Lewis
Hamilton para trás, rumar para uma incontestável vitória e colocar fogo na
temporada 2015 da Fórmula 1. Com mais uma dobradinha da Mercedes, dessa vez com
o alemão à frente, Nico chegou a 159 pontos e ficou a apenas 10 do companheiro
de equipe e líder do campeonato após oito das 19 etapas disputas.
Já para Felipe Massa, como nos clássicos do
suspense, a tensão permaneceu até o fim. Largando em quarto, o brasileiro da
Williams ganhou o terceiro lugar de Sebastian Vettel na parada dos boxes, e
precisou ter sangue frio para segurar a pressão do tetracampeão e conquistar
seu primeiro pódio no ano, o 40º na carreira.
O jovem Felipe Nasr também teve uma corrida
movimentada. Partindo de oitavo, passou a prova inteira brigando no pelotão
intermediário. Mas no fim, sofrendo com problemas no freio, não conseguiu
segurar a Sauber na zona de pontuação. Bateu na trave, terminando em 11º.
Batida feia entre Alonso e Raikkonen termina
com McLaren em cima da Ferrari
A prova foi marcada também por um assustador
acidente entre Fernando Alonso e Kimi Raikkonen logo na primeira volta. O
finlandês perdeu o controle da Ferrari na saída da curva 2, o espanhol não
conseguiu desviar e os dois acabaram no guard rail, com a McLaren parando em
cima da Ferrari, a poucos centímetros do capacete do Homem de Gelo. Sem
machucados, os dois voltaram aos boxes conversando. Mas o susto não acabou por
aí. Três fiscais localizados atrás da mureta quase foram atingidos na batida, o
que poderia ter provocado uma tragédia.
A CORRIDA
Largando do lado de dentro, Rosberg tracionou
melhor e roubou a liderança de Hamilton logo na primeira curva. Surpreendido, o
britânico tentou retomar a ponta, sem sucesso, durante toda a primeira volta.
Vettel se manteve em terceiro, Massa, em quarto, e Nasr, em oitavo.
Um forte acidente entre Kimi Raikkonen e
Fernando Alonso precisou paralisar a corrida logo na primeira volta. Os dois se
chocaram na saída da curva 2 e acabaram no guard rail. A McLaren do espanhol
acabou trepada em cima da Ferrari do finlandês. O safety car teve que ser
acionado para a retirada dos carros. E antes da prova recomeçar, Jenson Button
não precisou nem cumprir o stop and go, acumulado em razão da punição de 25
posições no grid. Com problemas na McLaren, o britânico recolheu para a garagem
na segunda volta e abandonou.
Na relargada, nenhuma mudança relevante nas
primeiras posições. Nas primeiras 20 voltas, as disputas ficaram por conta de
Valtteri Bottas tentando passar o quinto colocado Nico Hulkenberg, e Felipe
Nasr, o oitavo, segurando a pressão da STR de Carlos Sainz Jr. Lá na frente,
Rosberg abria uma vantagem de 3s sobre Hamilton.
Na rodada de pit stops, a Ferrari vacilou ao retardar
ao máximo a parada de Vettel. Felipe Massa aproveitou que o alemão ficou um bom
tempo na pista com pneus desgastados, imprimiu um ritmo forte e assumiu o
terceiro lugar do tetracampeão quando este deixou os boxes. Antes das paradas,
Bottas havia ganho a posição de Hulkenberg, que desistiu de segurar a Williams.
Já Hamilton viu a vitória ficar ainda mais
distante: foi penalizado com 5s por ter tocado a linha branca na saída dos
boxes. Como a Mercedes tinha se programado para uma estratégia de apenas um pit
stop, o tempo seria adicionado ao resultado final do britânico. Com isso, para
vencer, Lewis teria que passar Rosberg e abrir 5s de vantagem. Mas essa era uma
situação muito improvável: o alemão liderava com folga, com 6s de sobra.
No pelotão intermediário, Nasr se virava contra Maldonado, Pérez, Ricciardo
e Kvyat para tentar se manter na zona de pontuação. Mas com uma limitada
Sauber, o brasileiro não conseguiu segurar a pressão e deixou o top 10 ao ser
superado pelo australiano da RBR.
Enquanto isso, Massa, em terceiro, começava a
se preocupar com a aproximação de Vettel. O alemão voltou dos boxes quase 4s
atrás e ia descontando a desvantagem pouco a pouco. A dez voltas do fim, a diferença
entre os dois era de menos de 2s. Nos instantes finais, Vettel colou de vez e
passou a ter o direito de usar a asa móvel. O brasileiro se manteve firme.
Conteve a pressão e não deu chances para o tetracampeão mundial. Lá na frente,
osberg recebia a bandeirada para uma vitória tranquila, com Hamilton em
segundo.
Globo Esporte
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