
Para integrantes do Conselho
de Ética da Câmara, a nova condição do presidente da Casa reforça um futuro
pedido de cassação. “Estamos aqui a pedir sua renúncia para que a Câmara possa
aliviadamente respirar. Não podemos mais ficar aqui olhando como se nada
estivesse acontecendo. Mudou tudo a partir de hoje”, declarou o líder do PPS,
Rubens Bueno (PR).
“É muito constrangedor ter que
vir à tribuna dizer isso na frente do presidente da Câmara, que vira as costas.
Até quando vamos viver isso?”, indagou Bueno, acusando Cunha de promover
“chicana” e “obstruções”.
Governistas também atacaram.
“Estamos nesta tribuna, em nome da bancada do PT, pedindo o imediato
afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Casa (Câmara)”, afirmou o deputado
Henrique Fontana (RS). “Ele é covarde, arrogante. Levanta da Mesa, vira o
rosto. Suas mentiras estão chegando ao fim”, disse.
A tropa de choque do
peemedebista reagiu. “Está cheio de juiz nesta Casa. Queria pedir aos colegas
que respeitassem Vossa Excelência, que não foi condenado. Temos que respeitar o
direito que Vossa Excelência tem de se defender no STF”, disse o deputado
Laerte Bessa (PR-DF), integrante da “bancada da bala”, uma das frentes de
sustentação a Cunha.
Misto, goiaba e café
O peemedebista tentou
expressar tranquilidade. “Estou tranquilo porque estou com a verdade, estou com
a inocência. Não tenho nada com o que me preocupar”, afirmou o presidente da
Câmara. Ele acompanhou o julgamento pela TV, em seu gabinete. Quem passou por
lá disse que, comendo misto quente, tomando suco de goiaba e café, o
peemedebista parecia despreocupado.
Conselho
Para integrantes do Conselho
de Ética, a decisão parcial do STF já garante condições para que o relator do
processo contra Cunha deputado Marcos Rogério (PDT-RO), retome em seu parecer
elementos que haviam sido retirados por pressão do deputado Paulo Azi (DEM-BA),
que poderia alterar o placar final da votação do colegiado, beneficiando o
presidente da Câmara. Com o clima desfavorável a Cunha, seus opositores dizem
que a tese de cassação do parlamentar torna a ganhar força.
Contrariando o discurso de
seus aliados, Cunha disse que pretende recorrer da votação no Conselho de Ética
em todas as instâncias que forem possíveis.
Agência Brasil
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