
— A delação do senador
Delcídio está fazendo a Bolsa subir. Todas as estatais têm forte alta, como
Banco do Brasil e Petrobras. Isso corre porque há uma possibilidade maior de
impeachment da presidente Dilma Rousseff — avaliou Luiz Roberto Monteiro,
operador da Renascença Corretora.
Contribui para esse desempenho
nos mercados financeiros a repercussão de trechos da delação do senador
petista, ainda não homologada e publicada no site da revista “IstoÉ”, que
mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia dos desvios na
Petrobras e que a presidente Dilma teria atuado para soltar alguns dos
investigados na Lava-Jato. O depoimento tem potencial de complicar ainda mais a
situação do governo e analistas e operadores acreditam que cresce a chance de
um impeachment. Desde as eleições de 2014, notícias desfavoráveis ao governo
fazem a Bolsa subir e o dólar, cair, apesar dos indicadores fracos da economia.
Em meio a esse cenário, as
ações da Petrobras voltam a operar em forte alta. Os papéis preferenciais (PNs,
sem direito a voto) sobem 10,44%, cotados a R$ 6,24, e os ordinários avançam
8,51%, a R$ 8,79. Essa alta ocorre mesmo com a queda do petróleo no mercado
internacional - o do tipo Brent recua 1,27%, a US$ 36,46 o barril.
As ações do setor bancário, de
maior peso no Ibovespa, também sobem forte. As preferenciais do Itaú Unibanco e
do Bradesco avançam, respectivamente, 3,19% e 3,12%. No caso do Banco do
Brasil, a alta é de 7,07%. No caso da Vale, a alta é mais modesta, as
preferenciais sobem 2% as ordinárias têm leve alta de 0,70%.
DÓLAR EM QUEDA
A trajetória de queda é
global, mas no Brasil ela ocorre de forma mais acentuada. O “dollar index”, que
mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de dez moedas, tem recuo de
0,42%. Na noite de ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) não
surpreendeu os economistas do mercado financeiro, mantendo a taxa básica de
juros, a Selic, a 14,25% ao ano.
Apesar da forte queda do PIB,
de 3,8%, o desempenho da economia brasileira veio dentro do esperado por
analistas e economistas. “Além disso, o noticiário político segue nos holofotes
e destaca a informação de que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve abrir uma
ação penal contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tornando-o réu na
Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro”,
lembrou, em relatório a clientes, Ricardo Gomes da Silva Filho, superintendente
da Correparti Corretora de Câmbio.
Do ponto de vista externo, a
principal notícia foi a divulgação dos dados do mercado de trabalho americano.
Os pedidos de seguro-desemprego na última semana subiram para 278 mil, ante 272
mil na semana anterior. A expectativa de analistas é que ficasse em 270 mil.
ÁSIA EM ALTA
No mercado acionário, as
Bolsas chinesas subiram pela terceira sessão seguida nesta quinta, ampliando os
ganhos de 4% da sessão anterior, com os investidores aguardando pistas sobre a
política econômica do encontro do Legislativo que começa no sábado.
O índice CSI300, que reúne as
maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,23%, enquanto o
índice de Xangai teve alta de 0,36%. O mercado tem se recuperado desde o
anúncio pelo banco central, na segunda-feira, de injeção de liquidez no sistema
bancário através do corte da taxa de compulsório.
No entanto, nos demais
mercados, os principais índices operam em queda. O DAX, de Frankfurt, recua
0,41%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, recua 0,54%. Já o FTSE 100, de Londres,
tem queda de 0,41%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 0,22% e o S&P 500,
0,26%.
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente