A Hyundai Caoa perdeu uma ação
por propaganda enganosa movida por um consumidor que adquiriu um Veloster em
2011. O autor da ação havia processado a empresa por propaganda enganosa - na
época, comerciais anunciavam que o carro seria equipado com motor com injeção
direta de combustível capaz de marcar um consumo de 15,4 km/l, além de
equipamentos como navegador GPS, oito airbags, porta-óculos, bancos dianteiros
com ajustes elétricos e kit com oito alto-falantes.
Ao receber seu veículo,
adquirido por R$ 75.700, o consumidor Denis Nicolini notou que a realidade não
condizia com o que fora divulgado na mídia. A ação teve sua sentença definitiva
(sem possibilidade de recurso) proferida pelo juiz Sandro Rafael Barbosa
Pacheco, da 6ª Vara Cívil de São Paulo. Ela determina que a Hyundai Caoa pague
R$ 15.000 em danos morais, e que substitua o veículo do cliente por um Veloster
zero km com todas as características anunciadas na época da compra.
Rute Endo, advogada que
defendeu o consumidor, afirma que a decisão foi vanguardista. “O juiz não
converteu em perdas e danos a condenação da montadora, mas sim determinou que o
dano fosse de fato reparado, ao determinar a substituição do veículo vendido pelo
verdadeiro modelo anunciado, em total equilíbrio da relação de consumo.”
A polêmica do Veloster foi bem
documentada por QUATRO RODAS na época. Anunciado como tendo injeção direta de
combustível e 140 cavalos, o motor 1.6 que veio para o Brasil na verdade tinha
injeção convencional e 128 cavalos. Além disso, vários equipamentos descritos
não estavam disponíveis nos carros vendidos por aqui, como o sistema de som
dotado de 8 alto-falantes e 8 airbags.
O problema, para a montadora,
é que nenhum Veloster importado oficialmente para o Brasil trouxe o motor e os
equipamentos citados no processo. Além disso, o modelo deixou de ser
comercializado no país em 2014. A solução deve ser importar alguma unidade 0 km
dos Estados Unidos ou da Coréia do Sul, onde ainda é fabricado.
Este não é o primeiro processo
movido por compradores de Veloster que se sentiram lesados. No ano passado, um
consumidor conseguiu receber R$ 25.334,44 por danos morais, alegando ter sido
enganado pela empresa. Outra ação movida pelo Ministério Público de São Paulo
condenou a Caoa - responsável pela linha de importados, Tucson e ix35 no
Brasil, enquanto a matriz cuida da linha HB20 - a pagar R$ 1,6 milhão para
instituições de caridade, devido às propagandas enganosas vinculadas na mídia.
Revista Quatro Rodas
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