
“O relato da crise na saúde
impressiona. Somos sabedores da crise financeira do Estado. Os Poderes tem
auxiliado na busca de soluções, somente a Assembleia já soma R$ 13 milhões de
déficit nos seus repasses devido a frustração de receitas do Estado. Mas Saúde
é prioridade e é preciso uma solução para equacionar os problema do setor. Para
isto vamos agilizar uma audiência dos dirigentes da Coopmed com o governador do
Estado para se encontrar respostas para as demandas e abrir o diálogo da
categoria com a secretária estadual de Saúde”, salienta Ezequiel Ferreira.
Diretores da CoopMed relataram
que o Governo do Estado não tem pago os serviços de alta e média complexidade
dos pacientes do interior desde janeiro, acumulando o montante em R$ 8 milhões.
Até maio foram 11.800 procedimentos que não foram repassados. “O Governo do
Estado não paga desde janeiro honorário médicos e os serviços hospitalares à
cooperativa. Agora em julho está difícil formalizar as escalas médicas em
virtude do não recebimento dos serviços prestados desde janeiro”, explica
Marcelo Cascudo, presidente da Coopmed-RN, apesar de manter os serviços de
urgência e emergência de alta e médica complexidade na rede estadual como:
Cirurgia Cardiovascular, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Ortopédica e Oncológica.
O médico Madson Vidal relatou
durante a reunião que as pessoas estão morrendo nos hospitais. “Morrendo pela
falta do básico. As pessoas estão morrendo à mingua. É uma situação de barbárie
mesmo”, asseverou.
Já o cardiologista Álvaro Barros
pontuou que as carências e deficiências do Estado tem exposto os médicos à
agressões dos pacientes diariamente. “Agora mesmo, no Incor, no momento desta
reunião, tem famílias revoltadas. Cobram que seja feito um procedimento
cirúrgico, mas que o Estado não tem pago. Como fazer a cirurgia sem que os
custos sejam pagos?”, questionou.
Para o médico Pedro Cavalcanti
o fato é que o Estado vive uma crise das mais profundas. “A situação é muito
grave”, disse ele salientado que os médicos não querem somente reivindicar
pagamentos para serem protagonistas na busca de soluções. Victor Vinicius de
Almeida Ferreira, diretor administrativo da Coopmed, além de reforçar a
situação de crise relatou deficiências até de coleta de lixo no Hospital
Walfredo Gurgel e da falta de diálogo com a atual secretária estadual da saúde.
“Foi erguido um muro entre a secretária de estado, Eulália de Albuquerque
Alves, e a categoria”, disse.
O médico e deputado Getúlio
Rego (DEM), diante da gravidade do tema, fez a proposição para a criação de uma
comissão parlamentar no setor da saúde para acompanhar as demandas desta crise
que se instaurou no Estado. O deputado Hermano Morais (PMDB), presente na
reunião, também prestou solidariedade e a apoio aos médicos.
A CoopMed possui 1.600 cooperados
distribuídos em 36 especialidades. Os médicos atuam junto aos convênios, entre
eles, a Unimed Federação, Unimed Mossoró, Unimed Macau e Caicó e os contratos
com a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde.
A prestação dos serviços
acontece nos hospitais particulares que atendem ao SUS e onde é possível
realizar cirurgias e procedimentos de Alta e Média Complexidade proporcionando
à população mais carente um serviço de excelência.
Só para se ter ideia do
alcance deste atendimento, em 2015 foram 28 mil procedimentos do SUS nos nove
hospitais conveniados, em 2016 a estimativa era de 36 mil procedimentos, mas há
estimativa da demanda reprimida.
ALRN
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