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O deputado Eduardo Cunha pouco
antes de anunciar sua renúncia ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados -
Andre Coelho / O Globo
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O presidente afastado da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), oficializou a renúncia ao cargo de presidente
da Casa no início da tarde desta quinta-feira. Cercado de aliados, Cunha
comunicou sua decisão no Salão Verde. Cunha leu durante 7 minutos uma carta
entregue à Mesa Diretora da Casa e, em alguns momentos, se emocionou. (CONFIRA A ÍNTEGRA DA CARTA-RENÚNCIA DE CUNHA)
- Estou pagando alto preço por
ter dado início ao impeachment. Não tenho dúvida que a principal causa do meu
afastamento reside na condução desse processo de impeachment. Tanto é, que meu
pedido de afastamento foi protocolado pela PGR (Rodrigo Janot) em 16 de dezembro
de 2015, logo após minha decisão de abertura do processo. E o pedido de
afastamento só foi apreciado em 5 de maio de 2016, em uma decisão considerada
excepcional e sem qualquer previsão constitucional, poucos dias depois da
decisão dessa Casa, por 367 votos, de abertura do processo por crime de
responsabilidade - disse Cunha, acrescentando:
- Resolvi ceder ao apelo
generalizado dos meus apoiadores. É público e notório que a Casa esta acéfala,
fruto de uma interinidade bizarra, que não condiz com o que o país espera de um
novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente minha
renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara na suportará
esperar indefinidamente.
Trecho da carta de renúncia do
presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha - Reprodução
Emocionado, ele citou a
família:
- Usam minha família de forma
cruel e desumana, visando me atingir - disse.
Alvo da Operação Lava-Jato, o
deputado voltou a defender que é inocente:
- Continuarei a defender a
minha inocência, que falei a verdade. Reafirmo que não recebi qualquer vantagem
indevida de quem quer que seja.
Ao encerrar seu
pronunciamento, Cunha desejou sucesso ao presidente interino Michel Temer e ao
futuro presidente da Câmara.
- Acima de tudo, espero que
esse meu ato ajude a restaurar nosso país após o processo de impeachment.
Desejo sucesso ao presidente Michel Temer e ao futuro presidente dessa casa.
Que Deus abençoe essa nação - finalizou.
A informação de sua renúncia
foi antecipada pelo colunista Ilimar Franco. Cunha está proibido pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) de comparecer à Câmara. Ele ainda não explicou se recebeu
uma autorização especial.
O Globo
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