Uma operação do Grupo Estadual
de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público (MP)
cumpre, desde a madrugada desta quinta-feira (7), 14 mandados de prisão e
outros 29 de busca e apreensão em Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Bahia e Rio
Grande do Norte. A ação, nomeada de Kapnós, busca desarticular duas quadrilhas
que compravam cigarros falsificados e os distribuía pelo Nordeste.
A operação recolhe centenas de
caixas de cigarros falsificados, além de veículos de luxo, lanchas e motos
aquáticas. Todos esses bens teriam sido comprados e colocados no nome de
"laranjas" com o intuito de lavar o dinheiro adquirido com o comércio
ilegal de cigarros.
Duas pessoas foram presas em
Alagoas. Elas estão sendo levadas para a Divisão Especial de Investigação e
Capturas (Deic). Já o material apreendido será encaminhado para a Academia de
Polícia Militar. Segundo as investigações, o centro de distribuição dos
produtos de um dos grupos criminosos funcionava em Caruaru (PE). Uma pessoa foi
presa em Curupira.
De acordo com o MP, as
investigações começaram há quatro meses. As quadrilhas presas eram
especializadas em comercializar cigarros produzidos no Brasil, mas com selos de
marcas paraguaias, como Eight, Gift, Bello e Meridian.
Os revendedores compravam os
produtos de fábricas clandestinas, localizadas, em sua maioria, na região Sul
do país, e distribuíam para diversos centros de comércio no Nordeste.
Ainda de acordo com o
Ministério, os dois bandos possuíam uma estrutura organizada, com integrantes
exercendo papéis distintos, tendo fornecedores regionais, estaduais, e locais,
fora os vendedores que vendiam para o consumidor final.
Dois desses comerciantes foram
presos em Maceió. Eles vendiam cigarros falsificados no Mercado da Produção e
na Feira do Artesanato, no centro da capital, local que se tornou ponto de
intersecção entre as organizações criminosas.
A palavra Kapnós, usada para
nomear a operação, tem origem grega que significa tabaco e, por sua vez, remete
a fumaça. Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e homens das Polícias
Civil e Militar participam da operação.
Quadrilhas
Uma das quadrilhas tinha seu
distribuidor regional sediado em Lauro de Freitas, na Bahia. Ele revendia para
os estados de Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará e Paraíba. Já a segunda, tinha
seu centro de distribuição em Caruaru, em Pernambuco, atuando nos estados
vizinhos, Alagoas e Paraíba, e também tinha negócios no Rio Grande do Norte.
Os produtos eram vendidos com
notas fiscais falsas, que indicavam mercadorias diferentes daquelas que estavam
sendo transportadas. Um dos integrantes do bando, de Lauro de Freitas, era o
responsável pela confecção desses documentos, que também podiam ser vendidos
separadamente da carga de cigarro, se assim os clientes desejassem.
Em Alagoas, o principal
distribuidor estadual reside em Arapiraca, de onde revendia o produto do crime
para as cidades do interior do estado e para compradores da capital.
O transporte do produto para
os distribuidores locais era feito em veículos de pequeno porte, carregados com
aproximadamente 100 caixas de cigarros, sempre acompanhados de um outro
veículo.
Os líderes das organizações
viviam como empresários de sucesso, administrando empresas de fachada, a
exemplo de postos de combustíveis, restaurantes e distribuidoras de bebida,
tudo no nome de terceiros.
O faturamento por ano de uma
das quadrilhas chegava a mais de um milhão de reais, valor sobre o qual não
incidiu arrecadação de impostos, nem fiscalização.
G1
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