Sessão no Senado para análise
e votação do relatório favorável ap julgamento de Dilma - André Coelho /
Agência O Globo
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Os senadores debatem na tarde
desta sexta-feira o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) favorável ao
afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. Se o texto for aprovado
pela maioria dos senadores presentes, Dilma se tornará ré, e seu julgamento
final ocorrerá, provavelmente, a partir dos dias 25 ou 26. Após intervalo para
almoço, o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, que comanda o
processo a partir de hoje, afirmou que só suspenderá a sessão se houver
consenso entre os líderes do partido. Lewandowski disse estar disposto a dar
continuidade aos trabalhos até o fim, mesmo que dure até amanhã de manhã.
Cada senador tem dez minutos
para falar na tribuna. São 53 inscritos para falar. A expectativa é que as
discussões se arrastem pela madrugada, mas integrantes da base aliada já
articulam para tentar agilizar o processo. Por volta das 18h, a sessão foi
novamente suspensa por 30 minutos. O prazo no cronograma original era de uma
hora.
— Nossa ideia é continuar até
o final, a não ser que haja consenso entre as lideranças de fazermos uma pausa
para retomarmos amanhã. Existe um determinado número de inscritos. São
variáveis que não temos controle — disse o presidente do Supremo.
Ele explicou que negou as
questões de ordem de matérias que eram estranhas ao processo e aceitou outras
duas que diziam respeito à menção de palavras ofensivas em notas taquigráficas
e a um voto em separado de Gleisi Hoffmann (PT-PR) ser incorporado aos autos do
processo.
— Indeferi aquelas que não
diziam respeito a dispositivos constitucionais. A expectativa é que os partidos
apresentem seus destaques e que haja discussão contra e a favor — disse ele.
ARTICULAÇÕES
Integrantes da base do governo
estão trabalhando para que a sessão seja reduzida e termine antes de entrar a
madrugada. O próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), articula
com outros senadores formas para abreviar a sessão.
– Renan conversou conosco para
tentarmos fazer com que a sessão termine mais cedo. Vamos ver se conseguimos
desistências ou ao menos a diminuição do tamanho dos discursos – afirma o
senador Agripino Maia (DEM-RN).
O líder do PMDB, senador
Eunício Oliveira (CE), também está à frente na iniciativa. Em acordo com o
líder do governo, Aloysio Nunes (PSDB-SP), Eunício conversou com os 19
senadores do partido para tentar finalizar a sessão o mais rápido possível.
– Estamos tentando ver se
diminuem as falas, vamos conversar com os companheiros para tentar acabar com
isto o mais rápido possível. Alguns devem abrir mão de falar e outros falarão
por um tempo mais curto – afirmou o líder, que abriu mão do seu pronunciamento.
Neste esforço, em almoço da
bancada do PSDB nesta terça-feira ficou decidido que apenas o presidente do
partido, Aécio Neves (MG), falará pela bancada. O senador Aloysio Nunes
discursará como líder do governo. Com isto, serão nove discursos a menos, já
que são onze os senadores do PSDB. A estratégia é diminuir o tempo do processo
para que seja finalizado ainda hoje. Os tucanos tentam convencer outros
partidos da base a tomarem atitude semelhante.
RENAN DESCONVERSA SOBRE VOTAR
HOJE
O presidente do Senado deixou
em aberto se votará nesta segunda fase do processo, que trata da chamada
pronúncia. Renan está sendo pressionado pelo PMDB a votar, mas argumentou que
sempre pautou sua atuação com isenção como presidente do Senado. Renan dizia
desde o início que não votaria na admissibilidade, que ocorreu no dia 12 de maio,
e agora na fase do "juízo de pronúncia" e nem no julgamento final.
Mas agora desconversou. Em conversa com jornalistas ao voltar ao plenário após
participar de evento no Planalto, Renan disse que a ideia é agilizar os
trabalhos a partir de agora.
Questionado se o Senado irá
usar o fim de semana dos dias 27 e 28 de agosto para dar continuidade ao
julgamento do processo de impeachment, Renan Calheiros afirmou que acredita ser
"obrigatório", para não interromper o andamento do processo. Lewandowski,
no entanto, ainda não decidiu se irá saltar o fim de semana e retomar o
julgamento somente no dia 29, o que pode fazer com que a conclusão do processo
adentre o mês de setembro. O governo quer o processo finalizado o quanto antes.
O Globo
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