
Desde o início da série
histórica da Pesquisa Anual dos Serviços (PAS), em 2007, o IBGE registrou
crescimento em dados como número de empresas, pessoas ocupadas e massa salarial
real na área de serviços, além do valor adicionado pelo setor à economia. Em
2015, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 3,8%, os serviços
registram queda em seus principais indicadores.
Segundo o IBGE, vários fatores
influenciaram o desempenho negativo do setor. Entre eles, está o fraco
desempenho do consumo das famílias, que caiu 4% com a retração da renda e do
mercado de trabalho. Ainda de acordo com o instituto, houve piora nas condições
de crédito e aumento da inflação, que chegou a 10,6%.
O número de trabalhadores
ocupados pelo setor de serviços atingiu o pico de 12.986.478 pessoas em 31 de
dezembro de 2014, ano em que teve o menor crescimento da série histórica até
então: 4,14% sobre 2013. Em 2015, a desaceleração virou uma queda de 2,34% no
número de empregados, que recuou para 12.681.957, segundo o IBGE. Em 2007, os
serviços empregavam 8,3 milhões de pessoas.
Entre as atividades
pesquisadas, apenas os serviços prestados às famílias (+0,09%) e as atividades
imobiliárias (+5,09%) tiveram variação
positiva no número de empregados. Principais empregadores, os serviços
profissionais, administrativos e complementares tiveram queda de 3,4%, de
5.247.882 de funcionários para 5.069.708.
O gerente da pesquisa, Luiz
André Paixão, destacou que o cenário econômico causou impacto principalmente
nos postos de trabalho das atividades ligadas ao recrutamento de profissionais:
"Dentro desses serviços, os que mais fecharam postos de trabalho foram os
de agenciamento e locação de mão de obra. Com menos empresas produzindo, você
precisa menos de pessoal de apoio".
A massa salarial paga aos
trabalhadores do setor em valores reais havia crescido mais de 5% em todos os
anos da pesquisa e caiu 5,63% em 2015, para R$ 314,9 bilhões. Em 2007, essa
soma não chegava a R$ 180 bilhões.
Renda
O salário médio real dos
trabalhadores do setor de serviços também foi afetado pela crise econômica em
2015. O valor médio caiu 4,6%, de R$ 1.959,30 em 2014 para R$ 1.869,38.
O melhor salário médio real em
2015 foi pago pelos serviços de comunicação e informação, com R$ 3.830,64,
apesar da queda de -5,15% sobre 2014. Os serviços prestados principalmente às
famílias pagavam os menores salários em 2015, de 1.177,76.
Empresas
O número de empresas do setor
de serviços também caiu, de 1.321.998 em 2014 para 1.286.621 em 2015. Assim
como o número de empregados, a quantidade de empresas no setor mantinha uma
trajetória de ascensão desde 2007, quando eram 782.174 os estabelecimentos
contabilizados pelo IBGE. Em 2009, ano em que houve o impacto da crise
financeira internacional, o setor de serviços brasileiro teve um aumento de
7,08% no número de empresas.
A receita operacional líquida
real do setor acompanhou os outros dados e também caiu em 2015. Foi registrada
queda de 2,38% e uma receita de R$ 1.443 trilhão.
PIB e Produtividade
O valor real adicionado pelo
setor de serviços à economia em 2015 foi de 855,9 bilhões, segundo o IBGE. Esse
valor representa queda de -3,48% em relação a 2014, o único recuo anual
registrado desde 2008 - primeiro ano em que a série permite comparações com o
ano anterior.
O desempenho negativo do setor
em 2015 incluiu ainda uma queda da produtividade, medida pela divisão do valor
adicionado à economia pelo pessoal ocupado. Cada trabalhador gerou em média R$
66.041,67 para o setor durante o ano de 2015, um valor 2,41% inferior aos R$
67.673,72 gerados em 2016. Em 2007, esse valor médio era de R$ 60.044,24.
Agência Brasil
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