A Divisão Especializada em
Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) deflagrou, nesta sexta-feira
(22), a Operação “Marco Zero”, a qual resultou na prisão de nove pessoas
integrantes de uma organização criminosa especializada em roubo a bancos, além
da apreensão de armamento e drogas. O nome da operação faz alusão à cidade de
Touros, onde ocorreram os primeiros roubos à instituições bancárias, realizados
pela associação criminosa presa, tendo como objetivo o seu desarticulamento.
Segundo investigações, o grupo
atuava de forma integrada e planejada, utilizando material explosivo, forte
armamento, e veículos clonados, atuando nos estados do Rio Grande do Norte,
Alagoas e Paraíba. Durante o cumprimento dos mandados de prisão, a polícia
apreendeu na residência de Valdênio, uma pistola, crack, maconha, além de um
veículo clonado, e na casa de Manuel Messias, um fuzil, dinheiro, celulares, e
uma identidade falsa. Durante confronto com policiais, Manuel foi atingido e
ferido, sendo encaminhado ao hospital.
Foram presos na Operação
“Marco Zero”: Ana Célia Rocha dos Santos, 34 anos; André Marques de Albuquerque,
vulgo “André Cabeça”, 36 anos; Arthur Kennedy Martins, 35 anos; John Breno
Rosendro da Silva; Manuel Messias de Araújo, vulgo “Vaca”; Paulo Alan Neves
Souza dos Santos, 22 anos; Suenio Mafra Bassani Vale, 33 anos; Waldenio de
Lima, 35 anos; e Wanderval Targino da Silva, 45 anos. No total, foram sete
roubos ocorridos desde o mês de abril deste ano até este mês de setembro, sendo
o primeiro roubo da organização ocorrido no dia 05 de abril, na cidade de João
Câmara (RN); o segundo foi realizado no dia 04 de maio em Sítio Novo (RN); o
terceiro roubo ocorreu no dia 01 de junho em São Miguel (RN); o quarto roubo
foi cometido no dia 09 de junho na cidade de Goianinha (RN); uma tentativa de
roubo teria sido cometida no dia 30 de junho em Canguaretama (RN); o quinto
roubo foi praticado no dia 03 de julho no município de Novo Lino (AL); o sexto
roubo foi realizado no dia 29 de julho no município de Belém (PB); e o sétimo e
último roubo teria ocorrido no dia 19 de setembro no município de Campina
Grande (PB).
No dia 29 de julho deste ano,
policiais civis da Deicor apreenderam um vasto material, entre armas e material
para explosão, em uma residência localizada em São José de Mipibu. O material
pertencia à quadrilha para o cometimento de roubos à instituições bancárias.
Durante a operação, também foram apreendidos, na residência de John Breno,
diversos mapas com informações as quais indicavam as cidades que seriam alvos,
a distância entre cada uma delas, e o reforço policial que cada uma continha. A
Operação “Marco Zero” iniciou no dia 03 de abril deste ano, após os roubos que
ocorreram no município de Touros, revelando, durante as investigações, uma
associação criminosa que atuava de forma organizada e planejada, atribuindo
funções diferenciadas a cada integrante do grupo, tendo, entre eles, Manuel
como líder, que utilizava de armas violentas nos roubos, e contra os policiais.
Investigações apontam que
Suênio atuou como olheiro em Coronel Ezequiel, e era responsável por jogar os
grampos para atrapalhar a perseguição da polícia, sendo investigado também pela
Polícia Federal.
Entre os nove integrantes,
três eram responsáveis por providenciar, clonar e adulterar os veículos a serem
utilizados durante os roubos, sendo eles Arthur, que fazia a ocultação e
adulteração de carros, o John Breno, que roubava carros e também fazia
planejamento dos roubos das cidades selecionadas, analisando a distância entre
elas e o quantitativo de reforço policial de cada uma, além de ser “sócio” de
Arthur, e Alan, que fazia a adulteração das placas dos veículos roubados.
Através de André, o grupo
criminoso conseguia as armas de fogo, que também eram consertadas por ele. Em
um dos crimes, Valdênio teria realizado uma negociação de um veículo para o
cometimento do roubo, sendo ele traficante na comunidade de Felipe Camarão,
tendo como companheira, Ana Célia, também integrante da organização criminosa.
Em coletiva de imprensa
realizada nesta sexta-feira (22), na Academia de Polícia Civil (Acadepol), o
delegado da Deicor, Marcuse Cabral, detalhou que a quadrilha foi monitorada
durante todos os seis meses de investigações, as quais revelaram que haviam
ramificações desse grupo em outros estados, entre esses a Paraíba e Alagoas,
locais onde também ocorreram roubos.
“A partir dos primeiros roubos
à instituição bancária em Touros, onde a quadrilha teria subtraído R$ 700.000
reais do Banco do Brasil, mediante explosivos, iniciamos um processo de
monitoramento desse grupo criminoso. Através desse trabalho, apreendemos, no
dia 29 de julho deste ano, um vasto material de armamento e explosivos desse
grupo. Essa organização era especializada em roubar bancos, e altamente
planejada para tal fim, distribuindo atribuições diversas a seus integrantes
com o fim de facilitar o cometimento dos crimes. O grupo todo era organizado
entre líder, pessoas que faziam a ‘linha de frente’ para a explosão dos bancos,
armeiros, olheiros, responsáveis por providenciar e adulterar carros roubados,
planejadores da logística crimes, e rota de fugas, ou seja, havia uma divisão
racional de trabalho e de tarefas, o que fazia da quadrilha uma verdadeira
organização criminosa”, detalha o delegado da Deicor, Marcuse Cabral.
O delegado geral da Polícia
Civil do Rio Grande do Norte, Correia Júnior, destaca o intenso trabalho
realizado pela Deicor no último trimestre, o qual resultou em uma diminuição
considerável na ocorrência de roubos a instituições bancárias no estado. “Houve
uma diminuição em relação a esse último trimestre, através das investigações
feitas pela Deicor, que hoje, deflagrou essa operação tão importante para o
nosso estado.
Nós, da Polícia Civil,
estávamos bastante preocupados com a ocorrência desse tipo de crime no estado,
pois a população também é vitimizada ao ficar impossibilitada de realizar as
suas transações bancárias. Esperamos que os responsáveis por esses crimes que
foram presos nos últimos meses, sejam condenados e fiquem atrás das grades”,
afirma o delegado geral da Polícia Civil, Correia Júnior.
Segundo o delegado da Deicor,
Odilon Teodósio, as investigações prosseguirão a fim de identificar e prender
os demais integrantes de quadrilhas que cometeram roubo à instituições
bancárias. “Durante as nossas investigações, colhemos diversas provas que serão
também emprestadas à Polícia Federal. Além dessa associação criminosa, existem
outras células que participaram desse tipo de ocorrência que estão sendo
investigadas, sendo geralmente interligadas.
Existem outros mandados de
prisão que vamos cumprir, isso é só uma questão de tempo para que a Deicor
prenda todos os integrantes de roubo a bancos”, reafirma o delegado da Deicor,
Odilon Teodósio.
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