Mil, cento e noventa e cinco
mortes violentas. Uma média de uma a cada oito minutos no país. Durante uma
semana, o G1 registrou todas as vítimas de um embate silencioso. São crimes
que, na maioria das vezes, ficam esquecidos – casos de homicídios, latrocínios,
feminicídios, mortes por intervenção policial e suicídios espalhados pelo
Brasil.
Há inúmeros exemplos: de como
uma vida pode custar apenas R$ 20, de como uma discussão de casal pode terminar
em tragédia, de como uma execução pode parecer algo banal.
O trabalho é o ponto de
partida de uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP
e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O projeto tem um nome: Monitor
da Violência.
Nesta primeira etapa, 230
jornalistas do G1 espalhados pelo país apuraram e escreveram as histórias dos
1.195 mortos em 546 cidades – quase 10% do total de municípios brasileiros. São
todos os casos de morte de que se tem notícia registrados no período de 21 a 27
de agosto.
Trata-se de uma pequena
amostra – se comparada à marca de quase 60 mil homicídios anuais –, mas que
perfaz um retrato da violência no Brasil.
Alguns recortes se destacam no
levantamento feito. São eles:
- Do total de vítimas, 89% são homens
- Os jovens – especialmente os de 18 a 25 anos – são a faixa etária mais vulnerável à violência (33% do total)
- Negros correspondem a 2/3 das vítimas em que a etnia é informada
- A maior parte dos crimes ocorre à noite (35%)
- O fim de semana concentra um grande percentual dos casos (36%)
- 81% morrem vítimas de arma de fogo (quando a arma é informada)
- Em 15% dos casos, o autor do crime conhece a vítima
- São 89 suicídios no período
Mas mais importante que os
números em si são as histórias dessas vítimas: saber quem são, por que entraram
para o rol de mortos e o que representam em meio a essa epidemia de violência
que vive o país.
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