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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Satélites dos EUA e da China travam “combate aéreo” em órbita

Uma série de manobras arriscadas entre satélites dos EUA e da China tem ocorrido na órbita da Terra, em especial na região geoestacionária, a cerca de 35 mil km de altitude. 

Em 2022, por exemplo, a espaçonave USA 270 se aproximou de dois equipamentos chineses recém-lançados, em uma movimentação que culminou em uma inversão de posições, com um dos satélites chineses desacelerando, ficando atrás do perseguido e forçando os operadores dos EUA a recalcular o próximo passo. O episódio não foi confirmado publicamente por qualquer dos dois países.

Esse tipo de aproximação tática, com naves voando próximas e manobrando por horas ou dias para obter vantagem, passou a ser chamado por autoridades de defesa de “combate aéreo” no espaço. O fenômeno reflete a militarização acelerada da órbita, onde os satélites são vitais para vigilância, comunicação e alerta de mísseis.

Segundo analistas de defesa, grande parte dessas manobras tem objetivo de coleta de inteligência: registrar imagens detalhadas de outros satélites para identificar sistemas e capacidades, além de monitorar sinais e tráfego de dados entre espaço e solo. Em alguns casos, é possível bloquear ou interferir em sinais de naves que prestam serviços críticos.

Na prática, aproximações de até 16 km já são consideradas desconfortáveis em um ambiente onde veículos orbitam a cerca de 28 mil km/h (8 km/s). Se no passado evitava-se gastar combustível e as órbitas eram mais estáticas, agora, EUA, China e Rússia operam naves com maior capacidade de manobra, que podem acelerar, desacelerar e voar em conjunto.

“Tradicionalmente, os satélites não eram projetados para combater, nem para se protegerem em uma luta. Isso tudo está mudando agora”, disse Clinton Clark, diretor de crescimento da ExoAnalytic Solutions, empresa que monitora atividades espaciais, ao jornal Washington Post.

Para o general Stephen Whiting, comandante do Comando Espacial dos EUA, a China tem manobrado “de maneiras que podem permitir que, em um conflito, tentem obter uma posição de vantagem em relação aos EUA”. Ele afirmou que Washington busca manter a liderança e desenvolver “capacidades de manobra para permanecer em uma posição de vantagem e nos defender”.

Em resposta, Liu Pengyu, porta-voz da Embaixada da China em Washington, declarou que o país “está comprometido com o uso pacífico do espaço sideral e se opõe a qualquer corrida armamentista no espaço sideral ou à sua militarização”, negando intenção de disputar uma corrida espacial.

China acelera lançamentos e mira órbita geoestacionária

Administrado pelas Forças Armadas, o programa espacial chinês opera seis centros de lançamento e tem ampliado sua cadência: neste ano, já foram mais de 80 foguetes lançados, incluindo três em menos de 20 horas. O país também pretende levar astronautas à Lua até 2030.

Além da exploração lunar, Pequim concentra esforços na órbita geoestacionária (GEO), onde os EUA mantêm satélites sensíveis de alerta de mísseis, reconhecimento e comunicações. Em 2014, o Pentágono lançou um programa de “vigilância da vizinhança” para monitorar a região e, quando necessário, aproximar-se de possíveis adversários. Empresas como COMSPOC e ExoAnalytic Solutions fornecem dados de rastreamento e “consciência situacional espacial”.

“Está ficando lotado lá em cima, e é melhor começarmos a observar mais de perto”, disse Paul Graziani, CEO da COMSPOC. “Há muitas atividades que estão caminhando para níveis de hostilidade.”

A tensão não se limita aos EUA e à China. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, denunciou um satélite russo que orbitava próximo a um satélite comercial usado pelos militares alemães. Segundo ele, essas naves “podem interferir, cegar, manipular ou perturbar cineticamente” outros satélites. Em tais disputas, posicionamento em relação ao Sol pode ser decisivo para permitir vigilância e fotografia.

“Assim como você vê nos filmes Top Gun, é importante estar na posição certa para poder travar no alvo, seja para disparar uma munição ou tirar uma foto”, afirmou um oficial sênior do Comando Espacial dos EUA, sob anonimato.

Olhar Digital

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